Um dos mais importantes atributos da democracia é a tutela do espaço público, da permissão do diálogo, sem o qual seria impossível a divergência e o convencimento; até do conhecimento, inclusive.
Não basta a repetição pura e simples dos valores, ainda que fortes, insertos nos contextos dogmáticos. É preciso procurar compreendê-los na realidade que representam. É dessa reflexão e tomada de vontade capitaneada pela abertura trazida pela liberdade que se forma o arbítrio necessário para a assunção de posição na divergência. Portanto, divergir não é instância para falta de educação e nem choque de ego. É lugar de profundidade dialética.
Apontar para uma determinada direção, um fim último que vá além dos interesses imediatos e superficiais, representa a garantia de um saudável e produtivo debate. Hesitar é coisa para quem não tem conhecimento apropriado ou tem medo de ser descoberto. Como bem frisou Tales de Mileto: ganhar dinheiro é algo fácil comparado com o descortinar da verdade.
Pois bem, é nesse desiderato que nascem nas redes sociais os grandes encontros dialógicos. O espaço público está mais ampliado, com maior abrangência, alcançando níveis de participação popular dantes inimagináveis. Acessando tais debates de qualquer lugar, seja em casa ou na rua, até mesmo no trabalho, o “internauta” dele participa, com perguntas diretas aos debatedores, enriquecendo a todos com mais conhecimento e oportunidade de reflexão.
Conectados, todos se assistem. É uma revolução no comportamento e na busca de informações e entendimentos. YouTube, TikTok, WhatsApp, Facebook, Instagram, WEB etc., são instrumentos reais e imediatos colocados à disposição de quem quer interagir e aprender, conhecer.
Vale ressaltar que a TV aberta e o rádio também são acessados pela internet, ou seja, o computador ou mesmo o smartphone os substituíram na forma. Cada vez mais as tecnologias expandem a informação. Bem utilizadas podem fazer a progressão da leitura superficial, hoje muito normal por parte dos usuários, para o conhecimento além do útil, buscando o essencial.
Com esse pensamento, a Defensora Pública Rosana Leite e este articulista, estreiam, a partir da próxima terça-feira, dia 13 de setembro, às 10:30 da manhã (MT), e ao VIVO pelo YouTube, o Podcast “PodBedelhar”. É um projeto que foi amadurecendo ao longo do tempo e agora resolvemos colocá-lo em prática.
Para esse primeiro encontro, convidamos a Dra. Gisela Cardoso, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso. Os participantes conhecerão a trajetória de vida dessa excelente advogada e presidente da instituição que mais história apresenta na vida democrática brasileira, com participação efetiva nos maiores movimentos de reabertura política vivenciados pelos brasileiros.
Sem a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, e sua expressão política e histórica, casa em que se encontram inscritas as maiores inteligências do país, a democracia ficaria menor e mais fragilizada, sem qualquer sombra de dúvida.
Daí a abertura desse canal de diálogo, o “PodBedelhar”, não poderia fazer a sua estreia sem a participação dessa instituição e sua notável e exemplar presidente.
Esperamos todos e todas no YouTube, ao VIVO, às 10:30 da manhã de terça-feira, dia 13 de setembro, para um proveitoso espaço/tempo de conhecimento crítico e muita reflexão. “Inté”!
É por aí...
Gonçalo Antunes de Barros Neto (Saíto) é magistrado e tem formação em Filosofia, e escreve aos domingos em A Gazeta (email: podbedelhar@gmail.com).
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