Alfredo da Mota Menezes
Em Várzea Grande a Câmara de vereadores fala em uma CPI para investigar problemas no DAE ou Departamento de Agua e Esgoto da cidade. A prefeita, Flavia Moretti, reclamou que esse problema existe ali por mais de 40 anos e nunca antes foi criada uma CPI ou coisa parecida pela câmara para analisar esse assunto. Não dá para acreditar que os vereadores estão criando uma CPI para avaliar o desempenho da atual administração com pouco mais de um mês de mandato.
A CPI pode ser útil se buscar fatos e atos que mostram porque a cidade tem um problema crônico de distribuição de agua. Não fazer dessa CPI um instrumento politico. O que a CPI poderia fazer, sem apontar dedo para nada nem ninguém, seria buscar os motivos concretos e honestos de porque aquela cidade tem esse problema crônico por tanto tempo. E mais importante: apontasse, ao final, alternativas para resolver esse assunto.
Quando Várzea Grande tinha poucos habitantes até se podia resolver problema de falta de agua aqui ou ali com caminhão pipa. Muitas vezes funcionava assim para alguém ganhar votos na próxima eleição. Hoje uma cidade com cerca de 300 mil habitantes não pode continuar a ter administrações que pensem como gentes no passado.
Quem sabe a CPI, se os vereadores tiverem interesses concretos de resolver esse assunto, encontre meios técnicos e políticos para contornar esse eterno problema. Sem politicagem e sem defender interesses políticos desse ou daquele lado.
A coluna tras um comentário antigo em Cuiabá: é verdade que por anos se fazia abastecimento de agua nesse ou naquele bairro com uma cisterna com a intenção de votos numa próxima eleição? É verdade que teve ali deputados que passavam de casa em casa, pegavam a conta de agua daquela família e rasgava? Sabia que não seria cobrada mesmo. E a família agradecida poderia votar no “benfeitor” na próxima eleição.
Acabaram atrapalhando a cidade em outra vertente. Hoje se fala ainda que Várzea Grande é cidade industrial. Quando anos atrás a Sadia, a Coca-Cola e outras indústrias foram para ali apareceu a alcunha de cidade industrial. Que ali cresceria indústria mais que em Cuiabá. Quem sabe se pode dizer que a falta de agua constante ajudou a matar essa possiblidade econômica na cidade. De quem é a culpa mesmo?
Apareceu outra notícia interessante de VG nesses dias. Que nos dias 29,30 e 31 de dezembro do ano passado, mil e trezentos funcionários da prefeitura entraram de férias. E que 600 outros, com cargos comissionados, foram demitidos. Um total de quase duas mil pessoas fora de trabalho na prefeitura local, dos quais mil e cem eram professores. Que na área de saúde 157 também pediram afastamento ou férias, desses 45 eram médicos.
Coisas de VG repercutem aqui em Cuiabá e logo apareceu falatório de que era uma espécie de boicote da administração que saia contra a outra que entrava. Os fatos sugerem que não era bem assim, mas coisas de VG logo são levadas para o lado politico e eleitoral. Vamos ver como a atual administração vai enfrentar essa situação.
Alfredo da Mota Menezes é professor, escritor e analista político.
E-mail: pox@terra.com.br


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