André Crepaldi
Embora o câncer de mama seja mais comumente associado às mulheres, homens também podem desenvolver essa doença, ainda que seja mais raro. Estima-se que o câncer de mama masculino corresponda a cerca de 1% de todos os diagnósticos de câncer de mama, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Em 2020, por exemplo, o Ministério da Saúde registrou que cerca de 207 homens morreram no Brasil vítimas da doença. Apesar de sua baixa incidência, a conscientização sobre esse tipo de câncer entre esse público é crucial, pois o diagnóstico precoce pode salvar vidas.
O câncer de mama masculino ocorre de maneira semelhante ao que acontece nas mulheres, com a formação de células anormais no tecido mamário, levando à formação de tumores. No entanto, homens possuem tecido mamário em pequenas quantidades, e é nesse tecido que o câncer pode se desenvolver.
Muitos não sabem que possuem esse tecido e, por isso, ignoram os sinais iniciais da doença, como caroços na região do peito, secreções no mamilo ou alterações na pele da área.
Quanto aos principais fatores de risco, idade avançada, uma vez que a maioria dos casos ocorre naqueles acima de 60 anos, histórico familiar de câncer de mama e mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, conhecidos por aumentar significativamente o risco tanto em homens quanto em mulheres.
A exposição a níveis elevados de estrogênio, como pessoas que passaram por tratamento hormonal ou que têm condições que afetam a produção de hormônios, também pode aumentar o risco de desenvolvimento da doença.
Infelizmente, a falta de informação e a natureza incomum da doença entre os homens muitas vezes retardam o diagnóstico, o que pode resultar em estágios mais avançados quando o câncer é identificado.
É fundamental que todos busquem atendimento médico, em caso de notarem qualquer anormalidade. O tratamento do câncer de mama masculino geralmente segue as mesmas diretrizes do tratamento em mulheres, envolvendo cirurgia, quimioterapia, radioterapia e, em alguns casos, terapia hormonal.
Neste Outubro Rosa, é necessário quebrar o estigma de que o câncer de mama é exclusivamente feminino para que possamos promover uma maior vigilância da saúde mamária entre os homens também.
*André Crepaldi é oncologista e atua na clínica Oncolog em Cuiabá.


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