• Cuiabá, 27 de Agosto - 2025 00:00:00

Prefeitura rebate dados da Saúde e diz que acionará interventora


Da Redação

A prefeitura de Cuiabá, por meio da Procuradoria Geral do Município - PGM, afirmou que "irá interpelar judicialmente a interventora da Saúde de Cuiabá, Danielle Carmona, por sua afirmação de que 17 mil pessoas teriam morrido à espera de cirurgias eletivas na capital mato-grossense, vinculando os óbitos exclusivamente a Cuiabá".

Ontem (23), a Comissão Temporária Externa da Assembleia Legislativa de Mato Grosso criada para acompanhar as ações da intervenção do Governo do Estado na área de saúde no município de Cuiabá, ouviu a interventora Danielle Bertucini. Entre os dados apresentados no Poder Legislativo, "ela afirmou nesses que nos 68 dias de intervenção foi detectado uma dívida trabalhista da ordem de R$ 92 milhões da Empresa Cuiabana". 

“Ela não descontava FGTS, INSS durante cinco anos. Como o recurso financeiro é pouco, a intervenção conseguiu quitar o débito com a Secretaria Municipal de Saúde que estava em R$ 19 milhões. Mas já foram pagos R$ 11,9 milhões. Esses valores são de rescisão de contrato, férias, décimo terceiro, prêmio saúde. Os valores são desde julho de 2022 a fevereiro de 2023. Desse montante já foram pagos e o restante será quitado até julho”, disse Bertucini - conforme divulgado pela AL.

Ela também frisou informações sobre pacientes que teriam morrido na fila de espera por cirurgias no sistema SUS.

Nesse cenário de "batalha" entre o Estado e a prefeitura na Saúde, a gestão da Capital ressalta: "é preciso esclarecer que a fila abrange moradores dos 141 municípios de Mato Grosso, demonstrando a fragilidade do funcionamento da saúde em todo o estado".

Cuiabá

A prefeitura considerou ainda que:

“Pela gravidade da afirmação, a PGM entrará com interpelação judicial contra a interventora para que ela prove, caso a caso, a vinculação destas mortes ao tempo de espera na fila de cirurgias eletivas, que não são consideradas de urgência. Ela terá que provar, com documentos, quem morreu, a data do óbito, onde a pessoa morava, o local do óbito e o motivo da morte destas 17 mil pessoas que ela afirmou, de maneira leviana e irresponsável, que morreram por demora na fila de espera, apenas para justificar o injustificável, que é a violência dessa intervenção que está perdida e sendo usada politicamente pelo governo do Estado”, anunciou o prefeito Emanuel Pinheiro.

Cirurgia eletiva é um procedimento planejado, não emergencial, em que o médico agenda o dia e horário de acordo com o mapa cirúrgico do hospital, buscando a ocasião mais adequada. Vale lembrar que todo o Brasil passou quase dois anos com as cirurgias eletivas praticamente suspensas por conta da pandemia e, em momento algum, houve uma acusação como essa. Além disso, para que fosse possível quantificar o número de pessoas que foram a óbito pelo fato de estarem esperando por uma cirurgia eletiva, seria necessário a realização de um estudo de acompanhamento de cada paciente, desde quando a cirurgia foi solicitada até a data do óbito, levando-se em conta a sua comorbidade e a causa da morte.

“Se este estudo foi realizado, se existem documentos comprobatórios de que todas estas mortes foram causadas por demora na fila de cirurgias que não eram de urgência, nós queremos ter acesso”, declarou Pinheiro.

Ainda segundo o prefeito, muito tem sido propagado na mídia sobre os avanços que a intervenção estadual teria implementado na saúde municipal, mas na prática não é isso o que tem acontecido. “As pessoas que realmente utilizam as unidades de saúde, como as UPAs, policlínicas e postos de saúde, nos procuram para reclamar da falta de médicos, de medicamentos e insumos e da demora no atendimento nas unidades. O gabinete de intervenção tem divulgado números irreais para mostrar um avanço que, na realidade, não aconteceu, ao contrário, piorou. Além disso, o gabinete de intervenção exonerou centenas de profissionais, assediou outros mais, faz contratos com empresas ilegalmente. Isso é uma prova cabal de que essa intervenção não tem perfil técnico e muito menos o compromisso de cuidar das pessoas, e sim uma motivação política. Infelizmente, além de comprometer o avanço de políticas públicas de saúde, a intervenção promove a bagunça e o desmonte da saúde municipal”, comentou Pinheiro.

Pinheiro disse ainda que, antes de dar crédito aos números apresentados pelo gabinete de intervenção, é necessário ouvir a população, verificar pessoalmente os atendimentos nas UPAs, policlínicas e postos de saúde para avaliar se realmente houve alguma melhora, além de checar os dados e números que são apresentados em relatórios, mas sem nenhuma prova da veracidade dos fatos narrados.

 

Com Comunicação AL e Secom/Cuiabá




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