Rodrigo Kimura
A Inteligência Artificial, a chamada IA, vem a algum tempo chamando a atenção de muitas pessoas mundo afora, sejam elas especializadas em tecnologia ou não. E isso ocorre por dois motivos principais, tanto pelas possibilidades incríveis que oferece, quanto pelo medo que ela desperta em muitos, devido ao senso comum de que a IA possa substituir o ser humano em algum momento.
Recentemente, o ChatGPT ganhou as manchetes e pegou muitas pessoas de surpresa justamente por mostrar sua capacidade de dar respostas complexas e, até mesmo, de compor músicas, poemas e redações. A “revolução” é tanta que o produto vem batendo recordes em escala de usuários/tempo – ultrapassando redes sociais como Instagram, TikTok e Facebook.
A chegada de uma nova tecnologia que tenha essa capacidade de realizar tarefas humanas com uma eficiência incrível não é algo a ser ignorado. Dessa forma, o questionamento que fica é se ela será realmente capaz de substituir completamente a criatividade humana. Considero que a resposta é um tanto questionável e deve ser analisada com afinco e cuidado.
A IA pode até ser programada para imitar o ser humano, mas não possui o atributo de Deus em nós. Ou seja, não pode sentir, compreender e transmitir sentimentos através do relacionamento com uma pessoa. E, ao refletir sobre essas questões, é importante lembrarmos que o que define a nossa humanidade é justamente a capacidade de sentir emoções e estabelecer relações humanas profundas.
É através dessas interações que exercemos nosso dom divino. Portanto, em vez de temer o avanço da Inteligência Artificial, devemos olhá-la como uma ferramenta facilitadora. Não podemos negar que ela tem trazido inúmeros benefícios para as nossas vidas. Hoje é possível automatizar tarefas rotineiras, como a realização de cálculos, análises de dados e processamento de informações.
E isso amplifica o processo de produção nos mais diversos ambientes de trabalho, melhorando o desempenho e aumentando a produtividade. Fator esse, que causa pelor pela possibilidade de que essa ferramenta possa, aos poucos, substituir a mão de obra humana, o que, por consequência, pode acarretar em desemprego impactando na economia universal.
É inegável que possa haver a necessidade de readequação de alguns cargos, ao passo em que a inteligência artificial for sendo empregada na execução de tarefas, porém, devemos focar na necessidade de suporte humano no gerenciamento da cadeia produtiva. A liderança e o famoso instinto de tomada de decisão ainda passam pelo cérebro humano.
Isso tudo irá liberar tempo e recursos para que as pessoas possam se concentrar em atividades mais criativas e humanas, como a construção de relacionamentos interpessoais e a resolução de problemas sociais. Além disso, a IA também está ajudando a melhorar substancialmente a qualidade de vida das pessoas em diversas áreas, como na saúde, educação, mobilidade e entretenimento.
Cientes desse cenário de inúmeros benefícios que a inteligência artificial já está nos proporcionando, é importante lembrar que a dependência excessiva dela, no entanto, pode acarretar em consequências negativas para as relações humanas, podendo levar as pessoas a se isolarem e a perderem habilidades sociais e interpessoais importantes para o convívio em sociedade.
É necessário que estejamos cientes dessas questões e que trabalhemos para garantir que a IA seja utilizada de maneira responsável e ética. Afinal, assim como tudo no universo, a inteligência artificial é uma “faca de dois gumes” e que pode ter impactos positivos e negativos. Cabe a nós optarmos por utilizá-la para amplificar nossas capacidades e melhorar nossas vidas.
Diante todas essas informações, deixo aqui uma reflexão: “A Inteligência Artificial não veio para substituir o ser humano. Ela veio para devolver ao ser humano a humanidade que ele perdeu ao longo do tempo”.
*Rodrigo Kimura é empresário e CEO do Connect Group.
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