Sonia Fiori - Da Editoria
Em meio a uma "crise na saúde", sendo alvo de pedido de intervenção pontuado pelo Ministério Público Estadual (MPMT), a prefeitura de Cuiabá tem respondido com série de contrapontos, desde informações apontando reconhecimento em âmbito nacional pelos serviços prestados em unidades como o Hospital Municipal (HMC) - bem como assinalando reações em favor da gestão pública no município - como a posição do Conselho de Saúde na Capital em defesa do setor.
É nesse contexto que o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) também faz questão de frisar o desempenho dos cofres públicos, que nos cálculos recentes apontam queda de receita em torno de R$ 58 milhões.
Esse é o resultado do "pacote de bondades" lançado pelo presidente derrotado, Jair Bolsonaro - que culminou na redução da arrecadação de ICMS - atingindo em cheio os caixas públicos - leia-se prefeituras e Estados.
No vai e vem dos argumentos, dos que pedem a intervenção tomando como base suposto atraso de contrados na Saúde, como médicos, o Executivo municipal tem escalado secretários para os "revides".
Dessa forma, a secretária da Pasta, Suelen Alliend, escreveu artigo em relação a essa seara.
Segue na íntegra:
Caos seria se Cuiabá deixasse de atender os pacientes de outros municípios e atendesse só pacientes da capital
A saúde de Cuiabá passa sim por dificuldades. Passa, como todos os segmentos de saúde passam, desde a iniciativa privada, planos de saúde e saúde pública, do país inteiro, principalmente por questões de financiamento. Mesmo assim, em momento algum parou de atender ou fechou qualquer uma de suas unidades.
A verdade é: está muito longe de ser chamado de caos. O verdadeiro caos aconteceria se Cuiabá resolvesse assumir somente os serviços que legalmente são responsabilidades da gestão de saúde municipal, que é cuidar da nossa população, ou seja, não pactuando mais os serviços que estão contratualizados até o momento e devolvendo todas as pactuações dos outros municípios para o Estado. Dessa maneira, o Estado se responsabilizaria em organizar esses serviços para os outros municípios, e Cuiabá cuidaria apenas da sua própria população. Já imaginaram esse cenário? Isto sim seria o verdadeiro caos!
Mesmo diante de todas as dificuldades, nunca quisemos chegar a este ponto, como aconteceu no município de Rondonópolis, que devolveu as pactuações ao Estado e atualmente atende apenas seus munícipes. Esta decisão prejudicou muito o atendimento de saúde de toda a regional. A responsabilidade de organizar os serviços para os municípios é do Estado e não de Cuiabá. Se estes serviços não estão organizados dentro dos municípios de Mato Grosso, a responsabilidade é do Estado, que é o condutor da organização de toda a política de saúde no âmbito estadual.
Se a saúde de Cuiabá estivesse um caos, não teríamos altos números de atendimentos, consultas, exames e cirurgias, além de internações nos leitos de UTI adulta e pediátrica, onde passam tantas pessoas por dia. A rede municipal da capital realiza cerca de 65 mil procedimentos diários, nos mais variados níveis de atenção.
Para se ter uma ideia, 41,55% de toda a produção hospitalar de Cuiabá no âmbito da saúde pública é de pacientes de outros municípios. O número da produção ambulatorial é ainda maior: 64,78% desses atendimentos são de pessoas de outros municípios.
Se a saúde pública de todo o Estado estivesse organizada como tanto falam, qual é a justificativa desta demanda tão alta de atendimentos de pacientes advindos de outros municípios na capital, uma vez que deveriam ser atendidos nas suas regiões? A justiça precisa considerar este cenário e avaliar os dados.
Suelen Alliend - Secretária Municipal de Saúde
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