Rafaela Maximiano/ Da Redação
O Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) informou que abriu procedimento para investigar a enfermeira que se passava por médica em uma clínica clandestina em Cuiabá. O local foi alvo de ação policial ontem, 29. O órgão também afirmou por nota à imprenssa que solicitará à Polícia Civil informações sobre o inquérito.
"Prezamos pelo bom exercício da profissão e iremos tomar as medidas cabíveis previstas no Código de Ética dos Profissionais da Enfermagem, pois, conforme o previsto no documento, o profissional da enfermagem tem o dever de exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade", disse a presidente do Coren-MT, Ligia Arfeli.
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), cumpiu mandados em uma clínica clandestina que funcionava no bairro Santa Cruz, em Cuiabá. No local, foram apreendidos produtos de origem desconhecida, receituários, carimbos e materiais usados por uma falsa médica.
As investigações começaram depois que o filho de um paciente denunciou a dona da clínica à polícia. O pai dele, de 55 anos, morreu após abandonar o tratamento contra um câncer em estágio terminal no Hospital Estadual Santa Casa, na capital, para se tratar com a mulher, que não possui registro no Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) e, na verdade, é enfermeira.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou, em nota, que ainda não foi notificada sobre o caso, mas irá acompanhar a investigação para tomar as medidas cabíveis.
A mulher, segundo o filho, submeteu o paciente a hemoterapia, ozonioterapia e a uma sessão no qual colocou os pés dele em uma recipiente com água morna e metais em formato de “V”. Além disso, receitou e entregou um frasco com substância desconhecida para que ele pingasse na boca com a promessa, segundo a polícia, de que o líquido iria curá-lo do câncer.
“O pai piorou rapidamente, perdendo a fala, os movimentos das pernas e passou a se alimentar com a ajuda de terceiros até falecer, no mês de julho deste ano”, informou a polícia.
O filho, então, pesquisou e descobriu que a mulher que se apresentava como médica trabalhava no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), segundo relatou à polícia. Quando ele a procurou, foi chamado para uma conversa no estacionamento de um supermercado, onde, segundo ele, confessou não ser médica e perguntou quanto ele queria para não denunciá-la.
Na casa onde a clínica funcionava, que não possui alvará da Vigilância Sanitária Municipal, os policiais apreenderam carimbos em nome da mulher e um número de registro no CRM, além de receitas médicas carimbadas e assinadas.
“As receitas também traziam a prescrição de hormônios, vitaminas e outras substâncias. Também foram apreendidos dezenas de frascos com substância de composição desconhecida e rótulos escritos à mão ou impressos com o nome da mulher como sendo a médica responsável pela prescrição, além de seringas e agulhas, aparelhos e uma tabela de preços de procedimentos e consultas, inclusive para crianças”, descreveu a polícia.
Segundo a Polícia Civil, as investigações continuam sob a suspeita de prática dos crimes de exercício ilegal da medicina, charlatanismo e curandeirismo. As penas somadas podem chegar a cinco anos de prisão e multa.
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