Neide Arantes
É certo que hoje as pessoas têm uma maior perspectiva de vida. Estudos mostram que um sexagenário no Brasil pode chegar até os 82 anos, segundo dados do departamento de demografia da Organização das Nações Unidas (ONU).
Esse quadro vem sendo confirmado a cada dia e é muito diferente de anos atrás. Basta lembrar das Vovós de 60 anos em 1980, que tinham a expectativa de chegar aos 76 anos e as de agora, 2022, que podem projetar suas vidas para até 82 anos, em média!
Não raro encontramos homens e mulheres nessa faixa etária que estão empreendendo, entrando ou saindo da faculdade, participando de maratonas, vivendo emoções que antes só se pensava para os jovens de 20, 30 anos. E nesse contexto vislumbramos uma “mistura intergeracional” em variados campos: social, político, educacional, empresarial, que tem gerado excelentes resultados, na medida em que o respeito e o aprendizado se estabelecem entre seus integrantes, tanto da faixa mais madura, quanto da mais jovem.
Este assunto longevidade é muito rico e permite várias abordagens, mas hoje escolho falar da longevidade saudável, pois, se existe a real expectativa de vida aumentada, então, que vivamos saudáveis, não é mesmo?
E o que seria uma longevidade saudável?
Bem, primeiro, é bom entender que saúde não é apenas a ausência de doença ou enfermidade, mas um estado de completo de bem-estar físico, mental e social, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Para a medicina antienvelhecimento, longevidade saudável é fruto de uma maneira preventiva e intervencionista de ser, que requer mudança de mentalidade, hábitos e atitudes, saindo de uma posição passiva para a ativa. Como assim?
Sair de uma posição passiva, como cantou Raul Seixas na famosíssima canção “Ouro de Tolo”, para uma posição ativa, onde a pessoa vai em busca da vida plenamente saudável, vida de fato, focada no presente, vislumbrando um futuro com esperança, entusiasmo, projetos de vida, relacionamentos e comportamentos que o tornem um jovem ou idoso plenamente saudáveis.
Mas, como assim? Um Jovem? Sim, isso mesmo. Embora a nossa cultura dissemine, equivocadamente, a ideia de que pensar em longevidade é apenas para os mais maduros, os seniores, essa é uma chave que precisa ser virada, trazendo à consciência dos mais jovens de que é preciso construir um caminho para a longevidade ativa e saudável, desde muito cedo, pois, inegavelmente, os efeitos de hábitos, atitudes e estilo de vida corretos, repercutirão positivamente nos anos prateados.
A frase do empresário octogenário, Abílio Diniz, “Eu comecei a fazer 80 anos com 29” ilustra bem essa mentalidade.
E qual seria uma “receita” para a longevidade saudável?
Bem, tomando por base as características comuns compartilhadas pela Blue Zones, que agrega regiões do planeta onde se vive muito acima da média e, em regra, em condições melhores de saúde, a longevidade saudável se baseia em, pelo menos, 06 (seis) pilares:
1) Alimentação saudável do corpo: baseada na concentração de vegetais, legumes, frutas, grãos integrais, peixes, alimentando-se com calma e tranquilidade, parando de comer quando o estômago está 80% completo;
2) Atividade física: essencial no cotidiano, abandonando o excesso de conforto e facilidades que a tecnologia nos traz;
3) Descanso: dar pausas tanto durante o dia quanto durante a vida, primando pela qualidade do sono, não se privando, nem tampouco exagerando nele;
4) Relacionamentos familiares, sociais e de amizade de boa qualidade, com respeito e amorosidade entre as gerações são indispensáveis;
5) Espiritualidade vivenciada no exercício da fé, que, comprovadamente, reduz risco de doenças emocionais ligadas à solidão e ao abandono;
6) Propósito de Vida: ter projeto de vida com significado pessoal e real, vislumbrando a sua contribuição para o mundo, por meio do uso de dons e talentos que a vida lhe deu.
E no atual contexto que vivemos não hesito em acrescentar o pilar da vacinação como um grande aliado nessa busca.
Há ainda muitas outras dimensões, mas creio suficiente estas como um convite à reflexão para fazer deste ano de 2022 um importante início ou recomeço, ou mesmo fortalecimento dessa virada de chave rumo à tão desejada longevidade. Esse é o meu propósito aqui.
E aí, aceita meu convite?
Neide Arantes é administradora de empresas, advogada, analista judiciária aposentada, autora do livro box “Coaching para Aposentadoria”, sócia-proprietária da empresa Pipou Consultoria e Coaching em Cuiabá/MT, Coach de Transição de Vida e Carreira, associada à ICF/MT. Instagram @neidearantesoficial
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