A CPI da Covid realiza, nesta quinta-feira (7), a sua última reunião para colhida de depoimentos. Os senadores ouvem um médico que fez parte da Prevent Senior, Walter Correa de Souza Neto, e um cliente da empresa, Tadeu Frederico Andrade. Os depoimentos finais, com foco na atuação da operadora de saúde acusada de coagir os médicos para receitarem tratamento precoce e fazer os pacientes de cobaias em experimentos, ocorrem no mesmo dia em que o Brasil deve ultrapassar os 600 mil mortos pela doença - na noite desta quarta-feira (6) eram 599.651 vítimas confirmadas pelo Ministério da Saúde.
O cliente será ouvido primeiro. No requerimento que embasou sua convocação, se diz que Tadeu teria se infectado com covid-19 no final do ano passado e que, por meio de uma consulta virtual, foi-lhe receitado o chamado "kit covid", coquetel de medicamentos que são ineficazes no tratamento da doença e podem, inclusive, agravar quadros clínicos. A obrigação de receitar estes medicamentos teria vindo de superiores na Prevent Senior, ecoando a defesa que o presidente Jair Bolsonaro faz cotidianamente destes medicamentos.
Já o médico deverá depor para esclarecer aos senadores como se dava a autonomia médica dentro da Prevent Senior. Além de explicar como a política de distribuição do chamado "kit covid" ocorria dentro da operadora, Walter também deverá revelar se havia a aplicação de tratamentos experimentais e/ou vedados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Os depoimentos encerram a fase de oitivas da CPI, que desde maio conduziu mais de 60 reuniões, ouvindo ministros e ex-ministros do gabinete de Jair Bolsonaro, assim como deputados federais, lobistas, servidores e cientistas. A expectativa é que o relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), leia o relatório final dentro de duas semana, em 19 de outubro. O texto deve pedir o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por conta de sua ação durante o combate à pandemia.
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