Rafaela Maximiano
Durante o seu discurso na Avenida Paulista, o terceiro deste 07 de Setembro o presidente Jair Bolsonaro fez ataques novamente ao Poder Judiciário e especialmente ao ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF). Disse que não vai mais admitir ordens do ministro, que comanda o inquérito dos atos antidemocráticos e das fake news.
"Não vamos mais admitir que pessoas como Alexandre de Moraes continuem a açoitar a nossa democracia e desrespeitar a nossa Constituição Federal. Ele teve todas as oportunidades para agir com respeito a todos nós, mas não agiu dessa maneira como continua a não agir", afirmou o presidente.
O início do discurso criticou decisões de prefeitos e governadores durante a pandemia, questionou o atual sistema de voto eletrônico do país e disse que passou por meses difíceis, nos quais recebeu muitas cobranças. Segundo ele, o momento demandou cautela.
"Tinha de esperar um pouco mais para que a população fosse se conscientizando do que é um regime ditatorial. Pior do que o vírus foram as ações de alguns governadores e prefeitos", disse, novamente criticando políticos que optaram por seguir as orientações da ciência relacionadas, especialmente, ao distanciamento social e uso de máscara.
Diante de apoiadores pedindo "liberdade", Bolsonaro disse que defende a democracia, mas que não pode aceitar participar de uma "eleição que não oferece qualquer segurança". Sem mencionar nominalmente o ministro Luís Roberto Barroso, disse ainda que o sistema eleitoral não pode ser definido por uma única pessoa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Não posso mais participar de uma farsa patrocinada pelo presidente do TSE."
No fim de seu discurso na Avenida Paulista, em São Paulo, o presidente falou de reeleição e disse que só deixa o cargo se for a vontade de Deus. Aos apoiadores, afirmou: "Nesse momento, eu quero mais uma vez agradecer a todos vocês. Agradecer a Deus, pela minha vida e pela missão, e dizer aqueles que querem me tornar inelegível em Brasilia que só Deus me tira de lá."
Em seguida, o presidente afirma que há três opções para o seu futuro político. Disse que pode ser "preso, morto ou sair com a vitória''. E completou na sequência: "Quero dizer aos canalhas que eu nunca serei preso."
De acordo com informações da CNN Brasil, as Forças Armadas mobilizaram um contingente para ficar de prontidão, que é quando o efetivo permanece nas bases e quartéis, prontos para entrar em ação nesta terça-feira, 7.
Ainda pela manhã, na Esplanada dos Ministérios o presidente já havia feito ameaças ao Congresso e ao Judiciário, anunciando ainda que vai convocar uma reunião do Conselho da República. O discurso teve duração de pouco mais de 20 minutos.
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