Rafaela Maximiano - Da Redação
Para as eleições de 2022, o Partido Progressista (PP) planeja eleger de três a quatro deputados estaduais, até dois federais e o agricultor e empresário - deputado federal Neri Geller ao Senador Federal.
Para o Governo do Estado a tendência é o que o PP, sendo aliado - apoie a reeleição do governador Mauro Mendes e no âmbito nacional o partido espera filiar o presidente Jair Bolsonaro para buscar a reeleição.
O desenho político é do presidente estadual da sigla e deputado federal Neri Geller, que cita alinhamento político do partido com o Governo Federal.
“Nós temos o líder Ricardo Barros, temos o presidente da Câmara que está pautando todas as matérias de interesse do Governo. As matérias do Governo agora estão tramitando a todo vapor. Seguramos a questão do impeachment que tem vários pedidos. Então o PP está muito alinhado com o Governo, além de estar também agora com o chefe da Casa Civil que é o Ciro Nogueira”, pontuou.
Na Entrevista da Semana ao Foco Cidade, Neri Geller, aborda a Reforma Tributária, os desafios do Agro no Estado, o embate entre o STF e o Presidente Jair Bolsonaro, o posicionamento de Blairo Maggi que “oficialmente” pontua não querer mais se candidatar, o aumento dos preços de combustíveis no país, e faz uma breve avaliação de seu mandato.
“Eu sou cem por cento a favor da legalidade. Estamos alinhados com o presidente da República, mas eu particularmente acho que tinha que distensionar um pouco o diálogo e o pragmatismo tem que prevalecer”, afirmou Geller sobre as tensões entre o STF e Bolsonaro.
Neri Geller já foi vereador por Lucas do Rio Verde - em dois mandatos, e secretário de Política Agrícola do país, em 2013 e 2016. Em 2014, Geller foi ministro da Agricultura no governo Dilma Rousseff (PT). Assumiu como suplente de deputado federal, entre 2007 e 2011, novamente como suplente, entre 2011 e 2015, e em 2018 eleito deputado federal, sendo coordenador da bancada de Mato Grosso por dois anos.
Boa Leitura!
Como está o PP nacionalmente, há possibilidade de filiação do presidente Jair Bolsonaro na legenda?
Tem sim, tem possibilidade de se filiar à legenda sim, porque o nacional está alinhado com o Governo. Nós temos o líder Ricardo Barros, temos o presidente da Câmara que está pautando todas as matérias de interesse do Governo, estamos votando a Reforma Tributária, votando o licenciamento, a autonomia do Banco Central, as matérias do Governo agora estão tramitando a todo vapor. Seguramos a questão do impeachment, que tem vários pedidos. Então o PP está muito alinhado com o Governo, além de estar também agora com o chefe da Casa Civil que é o Ciro Nogueira. E a questão partidária existe sim a possibilidade de o presidente ir para o PP, obviamente que isso vai ser lá para o ano que vem. Acho que o presidente vai definir seu partido bem nos últimos dias do prazo para filiação e eu tenho uma leitura muito clara de que ele vai vir para o PP.
Em que pese o ex-ministro Blairo Maggi não mencionar voltar ao cargo público, no atual cenário, uma corrente forte do agro defende a volta de Blairo Maggi nas eleições 2022, inclusive mencionado no âmbito da disputa à presidência da República... qual sua leitura sobre esse quadro?
Essa discussão, eu não ouvi ela. Logicamente que Blairo é um nome, uma liderança muito forte. Converso com ele toda semana, nós temos um escritório praticamente junto aqui, fica lado a lado a sala no mesmo corredor, então a gente atua muito junto. O Blairo é um líder forte, a nossa candidatura ao Senado foi fortalecida pela posição do Blairo e o que ele assegura para nós em todas as conversas e deixa muito claro, é muito categórico, é que ele não vai voltar. Até pela questão das empresas dele, pelo compliance, segundo ele não pode. Então essa é a posição filme dele, obviamente que o Blairo é um nome de peso nacional, mas a posição dele é muito firme e seguro nessa posição em não ser mais candidato ou ocupar cargo, por isso que nós estamos avançando nessa candidatura ao Senado.
O presidente Jair Bolsonaro jogou para os estados, leia-se Mato Grosso, a culpa pelo aumento do preço dos combustíveis. O governo de MT reagiu... afinal deputado, de quem é a responsabilidade pelo preço e constantes aumentos do combustível?
Existem várias conjunturas, a primeira delas é o mercado internacional. O combustível é baseado no mercado internacional, com o dólar alto automaticamente o custo sobe em reais também. O combustível hoje não é só baseado na produção nacional ele é baseado no mercado internacional é a política da Petrobrás. Então é isso. Não vi aumento excessivo do Governo do Estado. Tenho que ser justo. A cobrança de ICMS ela é uma das melhores do país, e, aí eu não quero entrar nessa discussão política, porque aí é uma questão de números, técnica. Enquanto em outros Estados está 18, 20 até 25% de ICMS, aqui em Mato Grosso, se eu não me engano, está 12% ou 12,5% se eu não me engane. É um dos Estados com a alíquota mais baixa.
Como o senhor avalia os altos índices de rejeição do presidente Jair Bolsonaro que em recente pesquisa ficou em 64%?
Não vou entrar nessa discussão. Eu sei que o presidente Bolsonaro é muito forte, muito forte. Principalmente aqui no Estado. Eu não tenho números de pesquisa, eu não vou me manifestar sobre isso. Até porque é muito cedo, eu tenho que cuidar dessa questão política para não contaminar o exercício do meu mandato.
No cenário estadual, há possibilidade de o PP coligar com o DEM e apoiar o governador Mauro Mendes à reeleição ou pensam em candidato próprio?
Tem. É uma tendência clara do PP apoiar sim a reeleição do governador Mauro Mendes. Obviamente que tem de se definir pela candidatura do Mauro, não abriu essa discussão ainda e segundo ele, vai definir o ano que vem se vai ser ou não. Mas nós estamos muito alinhados, o PP e o Mauro; estamos bem alinhados eu pessoalmente muito alinhado com ele e o partido também. Nós tivemos uma conversação da eleição do senador Carlos Fávaro, o PP aqui em Cuiabá ficou liberado para apoiar quem achou que deveria apoiar e já com um encaminhamento que se o Mauro fosse para uma reeleição nós teríamos essa prerrogativa de alinhar para ir com o Mauro.
O senhor citou há pouco sua candidatura ao Senado, então para 2022 o partido tem o seu nome para candidato ao senado e para deputados federais e estaduais?
Nós estamos com chapas bem montadas para deputado federal e estadual sim. Estamos estruturados para o PP fazer três deputados, há possibilidade de até quatro a estadual e fazer de uma dois para de federal.
Para o Senado não preciso nem falar, você está acompanhando aí. Tem uma definição do grupo que apoiou o Carlos, inclusive bem alinhado como MDB do nosso nome sair, mas isso também vai se consolidar no ano que vem. Se eu tiver bem posicionado, se eu conseguir manter o pique do meu mandato e se o grupo fechar, realmente eu vou entrar no radar para ser candidato. Mas não é nenhuma imposição, vou com muita tranquilidade. Eu vou cuidar bem do meu mandato agora, vou trabalhar para ser candidato ao Senado, se eu tiver bem posicionado, o ano que vem saio candidato ao Senado.
Qual avaliação que o senhor faz desse momento de embate entre o STF e o Presidente da República, é prejudicial para o país?
Eu sou cem por cento a favor da legalidade. E acho que tem que diminuir a discussão ideológica. Tanto da esquerda, quando para a direita. Eu acho que nós temos que ter pragmatismo e é dessa forma que eu aplico no meu mandato. Ajudando o Governo nas pautas que são do interesse para o meu país, das reformas que estão acontecendo.
Vocês estão acompanhando tanto nos temas espinhosos que dá desgaste político, nós estivemos lá na trincheira, ajudando a eleição do Arthur Lira, ajudando nas matérias como de licenciamento ambiental, fui chamado pelo Governo para liderar e ser o relator, e tivemos êxito. Agora estamos fazendo a Reforma Tributária acontecer. Fizemos a Reforma Previdenciária que foi importante para o país. Estamos alinhados com o presidente da República, mas eu particularmente acho que tinha que distensionar um pouco diálogo e o pragmatismo tem que prevalecer.
Quanto à CPI da pandemia no Senado: acha que está sendo corretamente conduzido ou há interesse político?
Eu não vou falar sobre isso, porque eu não estou envolvido no processo. A CPI veio para a Câmara, mas nós barramos, porque entendemos que não era momento. Nós temos que cuidar das pautas de interesse do país. Agora, não faço crítica à CPI do Senado, também não faço elogio. Eu não estou participando disso, eu não sei exatamente como está.
Quanto à reforma tributária, qual sua posição na parte que prevê a taxação do imposto de renda para pessoa física que hoje é isenta, do micro e pequeno empresário?
Não. O micro e pequeno empresário não vai ser tributado. Eu participei da discussão com Sabino, inclusive nós estivemos reunidos lá na Casa Civil, eu, Sabino, algumas lideranças aqui do Estado de Mato Grosso, estamos cuidando da questão da tabela de imposto de renda e os pequenos não vão ser taxados, tá. Quanto à pessoa física que hoje é isenta vai mudar um pouco a tabela para evitar a evasão e eventualmente as grandes fortunas vão ser mais taxadas, não tenho os valores da tabela em mãos, mas os pequenos e médios não vão ser tributados.
Já é possível avaliar os reflexos da Lei Kandir para MT?
A certeza que nós precisamos cuidar e não precisa ser a Lei Kandir, nós temos que ter a isenção nas exportações. Não podemos exportar imposto. Isso aí nós vamos cuidar para manter.
Qual os maiores desafios que o agronegócio mato-grossense enfrenta atualmente?
Infraestrutura. Resolver a questão da 163, resolver a questão da 242, da 158, que são problemas graves que afetam o Brasil. A questão da ferrovia que o Governo do Estado fez bem feito o seu dever de casa, lançando o Edital agora da Ferronorte de Rondonópolis até Cuiabá e de Cuiabá até Lucas do Rio Verde. Estou ansioso para que o ministro Tarcisio lance a obra de Mara Rosa até Água Boa, depois concessionar para ir até Lucas do Rio Verde e trabalhar para a possibilidade da Ferrogrão. E o Governo aí eu tenho que dar os parabéns, o Governo está fazendo mais, e vai fazer mais 2.500 quilômetros de asfalto. É muito asfalto que está acontecendo inclusive com pedido estadualização da 174, para que o Estado possa fazer.
Que avaliação faz do seu mandato de deputado federal?
Muito animado. Com destaque para a presença no Congresso de temas importantes para o país. Ajudando defender como líder, pautas de recursos do Estado, de renegociação de dívida do Estado, recurso para a Saúde. Nos meus dois primeiros anos, quando o Governo estava com muita dificuldade, eu estava como líder, conseguimos ajudar muito o Estado, ações concretas de infraestrutura, logística, como por exemplo a renovação da malha paulista da ferrovia que ela estava tendo influência aqui no Estado de Mato Grosso. A Norte Sul também... foram temas que nós protagonizamos além de estar envolvido nos temas nacionais da produção. O Plano Safra, o licenciamento ambiental - você sabe o quanto isso foi importante, vão ser mais de R$ 130 Bilhões de investimentos que vão ser liberados com um relatório equilibrado do ponto de vista da questão ambiental, mas liberando as obras e desburocratizando.
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