• Cuiabá, 10 de Julho - 2025 00:00:00

Barranco lembra Lúdio ao Governo e dispara: Bolsonaro dá péssimo exemplo de desrespeito à Constituição


Rafaela Maximiano - Da Redação

Pensando nas eleições de 2022 o Partido dos Trabalhadores já tem nomes para possíveis candidatos a senado, governo do estado, para chapas puras de deputados estaduais e no caso da vaga à federal seria importante manter a cadeira que desde a década de noventa é ocupada pelo partido. 

Segundo o presidente do diretório estadual do PT, o deputado estadual Valdir Barranco, os nomes da vereadora Edna Sampaio, do ex-deputado federal Carlos Abicalil, do seu companheiro de plenário Lúdio Cabral e seu próprio nome, poderiam ocupar esses espaços “por serem todos companheiros preparados”, afirmou. 

O petista pondera que a definição da reforma eleitoral, que está em tramitação no Congresso Nacional, será crucial para as definições que serão tomadas nas reuniões partidárias nesse segundo semestre. E revela que para a vaga ao Senado e para o Governo de Mato Grosso, já existe articulação com aliados e nomes externos ao do PT.  

“Temos alguns nomes de fora que têm dialogado conosco..., mas temos que aguardar a dinâmica, tanto do partido aqui como das alianças que o Lula está fazendo”. 

Na Entrevista da Semana ao FocoCidade, Barranco afirma que seu projeto é de concorrer à reeleição; avalia o cenário político e econômico vivido pelo país e pelo estado; fala das estratégias que o partido quer tomar em nível nacional e estadual; além da covid, da qual ainda se recupera e o afastou por mais de 100 dias da Assembleia Legislativa.  

“Nesse momento, nós não temos ainda a clareza de como ocorrerão as eleições de 2022, se nós teremos coligação, obrigações na proporcionais ou não. Não tendo coligações por exemplo, como foram as eleições de 2020 nós vamos ter um cenário que vai necessitar de ter um número maior de candidatos, bem maior. Tendo coligações como era em 2018, vamos ter um enxugamento dessas candidaturas”, expõe.  

Boa Leitura!  

Nas últimas eleições o PT tem perdido eu espaço político na Câmara dos Deputados, Senado, e também das esferas estaduais e municipais. Como o senhor avaliar o cenário nacional do Partido dos Trabalhadores? 

Assim, o PT não perdeu espaço no Senado Federal. Na Câmara continuamos sendo a maior bancada, bem à frente, com exceção do PFL que teve quase que a mesma quantidade dos deputados. Nós somos a maior bancada, o PFL é o segundo, com cinquenta e seis deputados, mas os outros partidos que sempre estiveram próximos, com é o caso do MDB os Democratas eles baixaram para quase metade das nossas cadeiras. A nível estadual também o PT cresceu em Mato Grosso porque nós nunca tivemos dois deputados, salvo quando foi Ságuas e Verinha, depois o PT nunca teve dois deputados titulares, sempre tinha um titular e um suplente que assumia de acordo com a composição no governo ou não. Agora, nas eleições de 2018, o PT voltou a ter dois deputados, com a eleição do Lúdio e com a minha eleição e quase com a eleição do Henrique que é suplente. Nós também tivemos a aliança na proporcional com os Republicanos e elegemos o Valmir Moretto. Então nós tivemos o Lúdio, eu, o Moretto e o Henrique que ficou suplente, do PT. E, agora, nas eleições municipais também houve uma mudança de tática eleitoral, porque nós tínhamos sempre o maior número de vereadores, mas não tínhamos nas principais cidades, nos principais colégios eleitorais. E agora nós crescemos em votação, diminuímos em quantidade de eleitores, diminuímos as cadeiras de vereadores, mas só que ocupamos cidades que são colégios eleitorais importantes, como Cuiabá, Rondonópolis, Sinop, Cáceres, Alta Floresta, Juína. Foi muito importante nesse aspecto. 

O senhor vê possibilidade de eleição própria para presidente da República? Lula ainda é um nome viável, apesar do desgaste da prisão? 

O Lula é hoje o candidato favoritíssimo a vencer as eleições e ainda têm chances de que seja no primeiro turno, mas não sendo no primeiro turno as pesquisas apontam que num segundo turno é o candidato favoritíssimo disparadamente com quase o dobro de intenções de voto do segundo colocado, que é o Presidente da República hoje, que é o Jair Bolsonaro.  

Tudo aquilo que foi feito enquanto conjunto de armações para deslegitimar o presente Lula, enquanto candidato em 2018, retirá-lo da candidatura e colocando ele na prisão e depois retirando a elegibilidade dele, restou comprovado tanto na segunda turma do STF depois, no pleno do STF que foi realmente uma armação que envolveu um julgamento parcial. Com isso hoje ele está elegível. Depois tivemos ainda a notícia de que o TRF 3 também sobrestou um processo dele, portanto, ele está a um passo de não ter mais nenhum processo contra ele e estará elegível nas eleições. Se ele quiser ser candidato, está com muita saúde muita disposição e será o nosso candidato e vamos trabalhar muito pela sua vitória. 

Como está a articulação do Partido dos Trabalhadores para as eleições de 2022 em Mato Grosso? 

Em Mato Grosso nós estamos primeiro cumprindo o nosso calendário interno do partido. Nós temos uma dinâmica que é estabelecida pelo diretório nacional e nessa dinâmica nós temos os encontros regionais e nos principais polos já fizemos a primeira rodada no primeiro semestre e vamos iniciar a segunda rodada neste semestre. É onde nós vamos amadurecendo as estratégias internamente do partido. Vamos aguardar também a definição da reforma eleitoral, que está em tramitação no Congresso Nacional. Nesse momento, nós não temos ainda a clareza de como ocorrerão as eleições de 2022, se nós teremos coligação, obrigações na proporcionais ou não. Não tendo coligações por exemplo, como foram as eleições de 2020 nós vamos ter um cenário que vai necessitar de ter um número maior de candidatos, bem maior. Tendo coligações como era em 2018, vamos ter um enxugamento dessas candidaturas. Por isso que é preponderante que nós aguardemos essa decisão do Congresso Nacional.  

O PT já tem nomes para possíveis candidatos a senado, governo, federal e para deputados estaduais? 

Aos poucos vai se colocando no cenário estes nomes. Nós temos chapa pura pra disputar eleição para a Assembleia Legislativa. Se tiver coligação nós obviamente vamos enxugar para que possamos abraçar os partidos que vierem para a coligação. Para a Câmara dos Deputados, como sempre é bem mais difícil. Mas nós estamos trabalhando para termos uma chapa, não havendo coligações, porque a deputada Rosa Neide tem feito mandato brilhante, e nós precisamos manter essa cadeira que sempre foi do PT por mais de vinte anos, com o Gilney na década de noventa, depois com Abicalil com dois mandatos, Ságuas com dois mandatos, agora o mandato da deputada Rosa Neide. 

Para o Senado e para o governo também temos nomes que têm se colocado à disposição, como da vereadora Edna Sampaio. Temos alguns nomes de fora que têm dialogado conosco também com essa intenção, mas temos que aguardar a dinâmica também, tanto do partido aqui como das alianças que o Lula está fazendo. Enfim, o PT se necessitar vai ter candidato para governo também para que Lula tenha um palanque forte aqui, para que Mato Grosso tenha uma proposta diferente daquela que está aí colocada, que é uma proposta só para os mais ricos e que deixam às margens do processo os que mais precisam. 

E, o senhor pode citar quais seriam esses nomes que estão sendo cogitados? 

Nós temos o nome da Edna, do Abicalil, tem o nome do companheiro Lúdio, e o meu nome. Se precisar ter esses nomes ocupando esses espaços são todos companheiros preparados. 

Qual avaliação o senhor faz da gestão do presidente Bolsonaro e do governador Mauro Mendes, principalmente nos quesitos economia e pandemia? 

Olha primeiro, quero destacar nunca na história da humanidade nós tivemos uma pandemia que agregou além da crise sanitária também a econômica. Nós tivemos a peste negra no século 14, depois a espanhola a um século atrás. Essa crise agora, ela agrega essa área da saúde, a crise econômica e a crise política também, de um presidente que chegou à Presidência pelas vias legais, mas acaba atuando de maneira exacerbada, sobre o ponto de vista militar. Então isso tem dificultado muito. É um presidente que não contribui para expiração da crise, que não faz absolutamente nada com relação a isso, que vive só de fake news e de redes sociais, que não tem proposta, que não tem programa, não tem uma grande obra em andamento por exemplo, no estado de Mato Grosso, não têm nada dele aqui. 

Com relação ao governador também, sobre esse ponto de vista, não muda muita coisa. Assim como Bolsonaro, que está fazendo reformas que são extremamente prejudiciais para os mais pobres, também aqui os servidores públicos, antes do Bolsonaro ainda, o Mauro Mendes já fez as ditas reformas e faz um governo que é voltado para os mais ricos aqui no Estado e que não têm programas sociais para os mais pobres. Tanto é que nós vemos os ricos cada vez mais ricos os pobres cada vez mais pobres, a partir do número de desempregados que aumentou aqui no Estado, dos que passam fome, das famílias em situação de vulnerabilidade. Já estamos aí com famílias vivendo abaixo da linha da pobreza, é uma população de mais de 200 mil pessoas, num Estado que se gaba de ser milionário, de ser o responsável pelo equilíbrio da balança comercial, da produção de superávit primário e, você vê famílias inteiras nas esquinas ou em uma fila para conseguir os ossos, não porque é uma opção dela. Ela não tem opção, ela tem que ir lá porque a única coisa que resta, o pouco recurso que tem e permite para se alimentar. Então são fatos como esse que falam contra esse modelo implementado tanto na União quanto aqui no Estado de Mato Grosso. 

O desfile militar que ocorreu na praça dos Três Poderes em Brasília, exatamente no dia que a Câmara ia voltar a proposta do voto impresso, o senhor avalia que foi uma forma de intimidação do Presidente da República? 

Sem dúvida nenhuma. Um absurdo. Eu acho que o Brasil, desde o regime militar nunca mais viveu isso. Nós tivemos um pacto com a democracia a partir de 1988 com o Congresso Constituinte que foi composto por homens e mulheres habilitados para construir um novo pacto através da constituição cidadão e desde então, os governos que sucederam, independente do partido ou da posição de direita, centro ou esquerda, sempre respeitaram essa Constituição. E hoje, mais uma vez o presidente dá esse péssimo exemplo de desrespeito à Constituição e de tentativa de intimidação a um poder que não é qualquer poder, que é o Poder Legislativo da República. Eu creio que isso precisa, de alguma forma ser parado, barrado, punido. 

Qual avaliação que o senhor faz do seu mandato como deputado estadual? 

Estou no meu segundo mandato, em que pese eu tenha ficado esse período por conta da covid afastado, mas nós não tivemos prejuízo na produtividade. Nós temos um mandato que sobre o ponto de vista de proposições, de modo especial de projetos de lei, é um dos mandatos que mais produz, requerimentos também. E acho que só tem dois deputados aqui na Assembleia produzindo tanto, o deputado Wilson Santos, com sua experiência de muito tempo e sua equipe. E, o meu mandato. Nós, todos os anos fechamos o ano como os dois mandatos que mais produzem e creio que não será diferente mesmo que eu tenha ficado aí 100 dias afastado por conta da covid.  

Meu mandato é voltado para a população, um mandato popular, para a agricultura familiar que é uma área que eu tenho muito carinho; para a educação por eu ser professor me dedico muito à educação e estou na Comissão de Educação por considerá-la muito importante; também para os mais pobres, os povos indígenas, para os ribeirinhos, para os quilombolas, para as minorias que na maioria das vezes são segregadas do processo. 

Trato nosso mandato como absolutamente necessário. Não é um mandato que momento algum flerta com a falta da democracia e nem flerta com os mais ricos. Está a todo momento de mãos dadas com os que mais precisa. 

Pensa em disputar uma vaga ao senado, federal ou pensa em reeleição? 

Não. O meu projeto é de reeleição a deputado estadual. Já era e agora, em função das minhas limitações de saúde, pois avalio que vai levar um bom tempo que eu possa ganhar a capacidade necessitaria para voltar ao normal, fortaleceu ainda mais esse meu projeto de buscar uma reeleição na Assembleia Legislativa. 

O deputado teve recentemente da covid-19, chegou a ser entubado. Como está sua recuperação e qual maior aprendizado desse momento vivido? 

Na realidade, eu ainda vivo um processo de recuperação, como a covid foi muito severa comigo, eu perdi 50% do pulmão direito e do restante eu até agora só tenho 39% tem trinta e nove por cento. Então isso me limita bastante. Faço fisioterapia todos os dias, duas horas pela manhã e faço fonoaudiologia duas vezes por semana e tento aos poucos ir retomando as atividades. 

Meu maior aprendizado, na realidade é um reforço daquilo que eu sempre acreditei e sempre preguei. Que ninguém melhor do que ninguém, que nós todos temos nossas limitações, que estamos nessa terra de passagem. A gente vê muitas pessoas, às vezes arrogante, achando que são melhores do que outras porque têm mais dinheiro ou poder. Isso não significa nada para Deus. A gente quando está numa cama de hospital, mesmo depois de ter recobrado a consciência, a gente está ali envolto por tantas pessoas passando por tanto sofrimento e dependendo dos profissionais da saúde, dos familiares, para tudo. Para se virar na cama, para fazer suas necessidades, tudo você depende de outras pessoas. Então, isso deu significado ainda maior naquilo que eu acredito e também me fez acreditar que se Deus me deu essa oportunidade de reviver a partir do momento em que a maioria, uma boa parte dos que passam pela severidade que eu passei da corrente não consegue superar, é porque têm um propósito na minha vida e eu vou seguir à risca os compromissos que eu reafirmei com ele: que é de continuar lutando pelos que mais precisam e dignificando o serviço público.  




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