Da Redação
Um estudo divulgado pelo Estado aponta que 72% dos crimes de abuso sexual de crianças foram praticados dentro de casa.
Os dados são estarrecedores, demonstrando um cenário que coloca em posição de alerta não somente as autoridades competentes, mas principalmente a família.
Vale lembrar que exposição demasiada em redes sociais - com fotos de crianças, pode criar um ambiente facilitador de acesso para eventuais crimes de pedofilia - como acentuam especialistas em segurança digital.
Confira o levantamento na íntegra disponibilizado pelo Estado:
De janeiro a abril deste ano, foram registradas 320 ocorrências de naturezas criminais relacionadas ao abuso sexual de crianças de zero a 12 anos de idade em Mato Grosso, duas a mais que no mesmo período de 2020, quando houve 318 registros. O levantamento é da Superintendência do Observatório de Segurança Pública, vinculada à Adjunta de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT).
Se o número de casos já causa preocupação, também chama a atenção o fato de que a maioria deles foram praticados dentro de casa: 72%, ou seja, 229. “Outro local” foi apontado em 41 registros (13%); via pública em 24 (8%); pela internet em 11 casos (3%); propriedade rural foi responsável por 6 registros (2%); em comércio foram três, enquanto escola (pública e privada), veículo e clube social foram os locais com dois casos cada.
O maior número de ocorrências refere-se ao estupro de vulnerável, com 253 casos no primeiro quadrimestre deste ano e 281 em 2020, seguido de importunação sexual, que saltou de 9 casos no ano passado para 22 em 2021. A conduta criminosa de “Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso” foi responsável por 15 registros, contra 11 em 2020.
O assédio sexual consta com 10 casos em 2021, um a mais que no ano passado, quando houve 9 registros. O restante do total apresentou a partir de cinco casos registrados em cada natureza criminal. Segundo o Observatório, o grande número de registros reflete também a confiabilidade da população nas forças de segurança.
Quanto a faixa etária, a maior incidência ocorreu contra crianças entre 9 e 12 anos de idade (51% ou 164 casos), em seguida entre 5 e 8 anos (93 registros) e zero a 4 anos com 63 casos. O estudo identificou ainda que as crianças do sexo feminino são vítimas em maior frequência. Das 320 ocorrências, 257 meninas (80%) e 63 meninos (20%) foram vítimas de abuso sexual no primeiro quadrimestre de 2021.
Perfil dos suspeitos
Com relação aos suspeitos, o levantamento demonstrou que 247 deles eram conhecidos da vítima (77%), 43 eram desconhecidos (14%) e 30 não informaram (9%). Na especificação do grau de parentesco, 18% foram identificados como madrasta/padrasto; 13% eram desconhecidos; 12% eram pai/mãe; 11% amigo/amiga; 7% vizinho(a); 7% outro parente; 7% tio/tia; e 7% eram namorados(as), entre outras especificações em menores números de casos.
O sexo da maioria dos suspeitos é masculino (76%), enquanto o feminino foi identificado em 3% dos casos, e em 21% não foi identificado. Já com relação a faixa etária das pessoas apontadas como autores dos crimes, 99 deles não informaram; 92 têm entre 35 e 64 anos de idade; 32 possuem entre 12 e 17 anos; 29 têm entre 25 e 29 anos; entre outras faixas em menor escala.
O horário noturno foi o mais utilizado para as práticas criminosas, com 90 ocorrências; seguido do período vespertino, com 83 casos; o matutino em 64 casos e a madrugada com 22 registros. O horário não foi informado em 61 ocorrências.
Todas as Regiões Integradas de Segurança Pública (Risp’s) de Mato Grosso apresentaram registro de ocorrências de abuso sexual de crianças de zero a 12 anos. A de Cuiabá (Risp 01) foi a que mais apresentou casos (56), seguida pela de Sinop (Risp 03), com 42. Só a Capital, Cuiabá, foi responsável por 52 casos, ou 16%.
Com Secom
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