Da Redação
O Projeto de Lei do senador Wellington Fagundes (PL-MT), que autoriza indústrias de saúde animal a produzirem vacinas contra a Covid-19 (PL 1343/21), deve ser apreciado na próxima terça-feira, 15, na Câmara dos Deputados.
As articulações giram em torno da "urgência" de aprovação do projeto - considerando o avanço da pandemia no país.
Vale lembrar que em Mato Grosso o quadro da pandemia se mantém em estado de alerta - já que ontem (9) - conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), as UTIs estavam em 85% - demonstrando claro campo de aumento de ocupação de leitos nos últimos dias.
Foram registradas 51 mortes e 2.293 novos casos de covid em apenas 24 horas.
Projeto no Congresso
A relatora, deputada Aline Sleutjes (PSL-PR), finalizou nesta quinta-feira, 10, um texto de consenso entre o Parlamento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os ministérios da Saúde e da Agricultura e a Secretaria de Governo da Presidência.
Vice-líder do Governo no Congresso e presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, a deputada apresentou substitutivo e destacou a convergência e a discussão saudável sobre a matéria. "Se Deus quiser, na próxima terça, os deputados estarão em Plenário discutindo e votando essa lei importantíssima", estimou. Após apreciação pela Câmara, o projeto de Fagundes retorna ao Senado para uma última rodada de apreciação.
A redação inicial do projeto já tinha sido aprovada por unanimidade, em abril, pelo Senado, e Wellington Fagundes já trabalha para que, após a chancela da Câmara, os senadores apreciem o substitutivo “o mais rápido possível”. O entendimento formalizado na reunião deve também garantir que não haja obstáculos a uma rápida sanção do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o senador, que relata a Comissão da Covid-19 no Senado, a Lei permitirá a produção 100% nacional de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) em tempo recorde, dando reforço ao Plano Nacional de Imunização ao garantir até 400 milhões de doses de vacina em poucos meses. "Todos os esforços estão sendo feitos para que os brasileiros tenham a vacina no braço o mais rápido possível. A ordem é ‘vacina, vacina e vacina', e estamos imbuídos em agilizar o processo legislativo para que isso aconteça", garantiu o parlamentar.
Entenda - Ao buscar alternativas para a produção em massa de vacinas contra o novo coronavírus, Wellington Fagundes encaminhou à Comissão da Covid-19 uma proposta do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (SINDAN), que atestava a possibilidade de que essas plantas industriais brasileiras passem a produzir imunizantes humanos, por terem tecnologia de ponta e alto nível de biossegurança. No documento, o Sindan alegava que, além de poder produzir o IFA a partir da transferência tecnológica, o Brasil dispõe de várias indústrias capazes de fazer o envasamento das vacinas, seguindo as recomendações da Anvisa.
De lá para cá, diversas diligências técnicas da Agência foram feitas aos complexos industriais e em comitiva coordenada pelo senador. No dia 21 de maio, o ministro Marcelo Queiroga (da Saúde), a ministra Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e um extenso corpo técnico - que incluiu a Organização Pan-americana de Saúde - visitou uma destas fábricas, atestando, assim, a capacidade de implementação.
Possibilidade viável
A Comunicação do senador assinala que desde a apresentação da ideia, o Governo Federal já a enxergava como uma possibilidade “mais do que viável”, como afirmou também a ministra Tereza Cristina (Agricultura). Na mesma época, o presidente Jair Bolsonaro pediu ao ministro Queiroga que priorizasse o estudo da proposta e, ainda em abril, o gestor reportou tal possibilidade a Tedros Adhanom, presidente da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Pontua ainda que o assunto também já havia ganhado status prioritário na Anvisa. Romison Mota, seu diretor, afirma que os técnicos responsáveis ficaram surpreendidos com a qualidade dessas indústrias. “Temos plena consciência que dará tudo certo e que, em breve, teremos vacinas feitas nessas linhas de produção”, reiterou. À época, o ministro Marcelo Queiroga também atestou a consistência das estruturas, e que a proposta articulada por Fagundes pode, sim, prever a produção de até 5 milhões de doses de imunizantes por dia.
Com Assessoria
Ainda não há comentários.
Veja mais:
Desemprego recua para 5,6%, a menor taxa desde 2012, mostra IBGE
Sobre o voto de Fux para anular julgamento de Bolsonaro e outros réus no STF
CNI: Brasil cai duas posições e fica em 52º no ranking dos países mais inovadores
Viúva negra: Tribunal do Júri condena casal por crime torpe
Tráfico de drogas na mira: PC de MT integra operação nacional
Mercado financeiro projeta inflação de 4,83% em 2025
Fui professor em escola particular, esse tempo conta como magistério no Regime Próprio em que vou me aposentar?
STF e a chance de corrigir o injusto cálculo da aposentadoria por invalidez
Idoso é preso acusado de maus-tratos de animal e crimes ambientais
Indústria precisa investir na resiliência climática para mitigar riscos e prejuízos?