Da Redação
“Chega a ser um verdadeiro paradoxo que, num quadro pandêmico grave e de forte impacto econômico negativo, o país opte por cortar investimentos em ciência, que são absolutamente fundamentais para que reforcemos a autonomia de vacinação e a retomada econômica plena”, criticou o relator da Comissão da Covid-19, senador Wellington Fagundes (PL-MT).
O parlamentar cobrou na segunda-feira, 24, a aprovação do PLN 6, que deve ser pautado nesta quarta-feira e prevê mais de R$ 400 milhões para investimentos em Ciência e Tecnologia. Ao alertar para a queda histórica de recursos no setor, o parlamentar questionou o ministro Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, sobre as ações ministeriais que possam garantir vacinas a todos os brasileiros.
Segundo ele, o caminho para a realização do sonho de vacinar todos os brasileiros passa pela conquista de autonomia científica e tecnológica.
O senador lembrou que tem trabalhado pela autorização e utilização de plantas industriais de vacinas animais para produção de imunizantes contra o coronavírus, e afirmou que tais recursos são cruciais para fomentar e agilizar iniciativas que representem independência brasileira perante os fornecedores estrangeiros de IFAs (Insumos Farmacêuticos Ativos).
É o caso das pesquisas para desenvolvimento de uma vacina brasileira baseada na combinação de um antígeno vacinal com a partícula Versamune, que dá nome ao imunizante - atualmente em fase 3 de estudos clínicos. Encabeçada pelos professores Dr. Celio Lopes, do departamento de imunologia e biotecnologia da USP; e a Dra. Maria Sueli Soares, da Universidade de Brasília, a vacina pode gerar uma resposta imune “específica, direcionada e poderosa”.
Segundo os pesquisadores, ela teria capacidade única de induzir níveis relevantes de células que eliminam as infecções e impedem a transmissão do novo coronavírus. "É uma tecnologia mais segura em relação ao processo de produção, pois não exige níveis elevados de biossegurança", afirmaram em nota.
O ministro Marcos Pontes disse ter ficado “muito feliz em saber, pelo senador Wellington, dos R$ 415 milhões que já estão discriminados no PLN”. Segundo ele, o ministério tem uma relação próxima com a indústria e enxerga que tal aproximação vai gerar empregos e aumentar o número de empresas no setor. “Mas é extremamente importante esse ponto: que o Ministério da Saúde já faça as encomendas tecnológicas para as vacinas produzidas com tecnologia nacional, insumo farmacêutico nacional, pelas indústrias brasileiras. Isso vai dar segurança para o setor, de forma que a gente possa desenvolver, de forma mais fluida e rápida”, completou Pontes.
Comitivas
Na última sexta-feira, 21, o senador Wellington Fagundes coordenou uma comitiva durante visita a uma planta industrial na cidade de Cravinhos/SP. Fizeram parte do grupo os ministros Marcelo Queiroga (Saúde) e Flávia Arruda (Sec. de Governo), o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Marcos Montes, deputados federais e técnicos da ANVISA, CNT e de grupos estrangeiros (fundação Bill & Melinda Gates e Vacinas OXFORD).
“Atestamos que o complexo, com área de 180 mil m², é realmente um dos mais modernos do setor, com 34 anos de funcionamento e mais de 1200 colaboradores atuando sob normas rigorosas. Lá, existem duas plantas específicas para a produção de vacinas: uma delas com nível 4 de biossegurança, o maior referencial do mundo, de acordo com a Organização Mundial Saúde Animal. Verificamos ainda que há a possibilidade de, por meio da transferência de tecnologia, a empresa atuar desde a produção de IFAS até o processo final de envase da vacina contra a Covid-19".
Em complementação à visita, Wellington pontuou que "convidou os membros da comissão e o ministro Marcos Pontes a comporem um novo grupo, nos próximos dias". “Vamos aferir, em Vinhedo/SP, a central de selagem de vacinas, verificando a segurança no transporte e armazenamento, além do rastreio dos lotes, evitando qualquer irregularidade”, adiantou. Ao final da reunião, Pontes confirmou presença na viagem.
Com Assessoria
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