• Cuiabá, 23 de Novembro - 2025 00:00:00

Desinformação está matando o povo, alerta relator da Comissão Covid


Da Redação

“Até agora, nós estamos perdendo vidas exatamente por não ter uma informação correta e adequada”, acentuou o relator da Comissão Temporária Covid-19 do Senado, Wellington Fagundes (PL-MT), nesta segunda-feira, 19. De acordo com o parlamentar "a desinformação é o maior problema do Brasil na pandemia, além da falta de vacinas".

Segundo ele, "o Governo Federal erra na forma de se comunicar com a população". As observações foram feitas durante reunião com especialistas convocada para debater protocolos de tratamento da doença.

Ele lembrou que há duas semanas a Comissão Temporária se reuniu com o então secretário interino de Comunicação do Governo, almirante Flávio Rocha. “O Governo está pecando na comunicação”, acrescentou. 

Autor do Projeto de Lei 1343/2021, que autoriza o uso dos laboratórios industriais do agro para produção de vacinas contra a Covid, Wellington ressaltou que a política de saúde brasileira é elaborada pelo Poder Executivo, mas segundo ele a execução das ações de combate ao coronavírus cabe aos estados, ao Distrito Federal e, principalmente, aos municípios. Para o senador mato-grossense, as medidas de isolamento impostas pelos estados para conter o vírus são necessárias, mas devem ser feitas com critério e bom senso.

Ao defender a necessidade de melhorar a comunicação com a população e fazer esclarecimentos, Wellington lamentou que os meios de comunicação estejam sendo usados erroneamente.  “Eu penso que, mesmo neste momento, ainda continua faltando bom senso no cuidado com essa pandemia”, observou. 

Representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM), do Instituto Questão de Ciência (IQC) e de médicos intensivistas, que participaram da audiência da CT da Covid-19 do Senado, concordaram e apoiaram a cobrança feita pelo senador do PL de Mato Grosso.  Para eles, a ciência aliada à medicina, a vacinação em massa e uma comunicação adequada são as principais saídas para a pandemia. 

Tratamento Precoce

Convocada para debater procedimentos médicos aos que são alcançados pela Covid-19, os participantes da reunião da CT do Senado foram praticamente unânimes ao descartar o chamado tratamento precoce. Para a presidente do Instituto Questão de Ciência (IQC), Natália Pasternak, o uso do método contra o coronavírus tem componentes desmentidos pela ciência. 

Segundo ela, existem evidências científicas, em mais de 30 estudos, de que medicamentos como ivermectina e hidroxicloroquina não funcionam. Natália lamentou o fato de médicos indicarem esses remédios, “numa tentativa desesperada de oferecer algo aos pacientes”.

O vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Donizetti Giamberardino, alertou para o fato de que a prescrição inadequada de medicamentos pode levar os clínicos a responderem judicialmente. Ele disse que esses profissionais têm autonomia, mas não devem se exceder na indicação de exames e remédios excepcionais já que, segundo afirmou, “a medicina caminha ao lado de evidências científicas”.

Pacientes intubados

Hoje, de cada 10 pacientes intubados, 8 acabam morrendo. O médico intensivista Fabrício Silva explicou aos senadores que os métodos de sedação e analgesia não são algo simples e que médicos recém-formados ainda estão imaturos para tratar da situação. Segundo ele, as autoridades precisam entender as características de cada região do país, a fim de colaborar com a padronização do tratamento dos infectados com covid-19, “numa linha de cuidado que seja única, de norte a sul do país”.

 

Com Assessoria




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