Da Redação
O cenário de defesa do modal VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), em trajeto na Capital/Várzea Grande, ganha reforço em "Carta Manifesto" divulgada pela Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) - considerando crítica à decisão do Governo de Mato Grosso de optar pelo BRT - ônibus de trânsito rápido.
Vale ressaltar que ao anunciar a decisão, o Executivo estadual assinalou base em estudo técnico - além de frisar os custos do VLT, acima do BRT.
Confira o manifesto na íntegra:
As entidades abaixo identificadas, que representam a indústria e os serviços de mobilidade, transporte urbano de passageiros e engenharia no País, através da presente Carta Manifesto, vêm a público em defesa dos interesses nacionais e da sociedade para expressarem preocupação com o ato do Governo do Estado de Mato Grosso, que sem estudos técnicos suficientes, decidiu de forma simples e equivocada mudar o modal de transporte de passageiros entre Cuiabá e Várzea Grande, de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) para BRT (Bus Rapid Transport).
Comparando a visão do Governo que orientou essa mudança com a visão técnica do setor metroferroviário, baseada nos fatos e sustentada por estudos e projetos, conclui-se justamente pelo oposto, qual seja, que não há elementos técnicos suficientes que justifiquem a alteração do modal e que, no melhor interesse público e benefício da sociedade, no menor prazo possível, as obras do VLT deveriam ser concluídas. Este estudo comentando ponto a ponto a apresentação do Governo do último 21 de dezembro, segue anexo à presente Carta Manifesto.
Este Manifesto pretende trazer à luz aspectos técnicos não abordados e provocar um debate mais democrático, aberto e esclarecedor, com audiências públicas que permitam a discussão, posicionamento e demonstração da melhor solução, a bem da verdade e do interesse da população.
O resumo ponto a ponto em anexo, evidencia que o VLT é a melhor alternativa para Cuiabá – Várzea Grande, dentre outras, pelas seguintes razões:
– Melhor interesse público;
– Menor custo para conclusão das obras;
– Menor tempo para implantação;
– Licenças Ambientais, autorizações, projetos básicos e executivos, demais documentos necessários, já existentes;
– Melhor forma de contratação, com investimentos majoritariamente privados (PPP);
– Menor tempo para publicação de edital de licitação. Primeiro trecho já está praticamente pronto, basta dar andamento;
– Menor risco. Projeto executivo existente e parcialmente implantado;
– Material rodante já adquirido, entregue e pronto para entrar em operação;
– Maior velocidade operacional pois dispõe de menor tempo de carregamento nas estações (portas mais largas), via dedicada (sem interferências), sistemas operacionais que automatizam e otimizam sua operação, como por exemplo o sistema de priorização semafórica;
– Menor custo operacional, pelo menor número de condutores, pois carrega mais passageiros por unidade (trem);
– Cabines nas extremidades do VLT facilitam a inversão de sentido nos pontos terminais, enquanto os BRTs necessitam de grandes áreas para manobras, o que implica em mais desapropriações;
– Sistema estruturante, integrado e abastecido por outros modais;
– Os sistemas VLT são conhecidos como indutores de transformações urbanísticas, melhoria da qualidade de vida e desenvolvimento socioeconômico, como ocorreu, por exemplo, no Brasil: Rio de Janeiro e Santos, ou em praticamente todas as 200 cidades em que foi mundialmente implementado, a exemplo de: Bilbao, Zaragoza, Sevilha e tantas outras.
Além do acima exposto, o projeto do VLT Cuiabá-Várzea Grande está muito avançado enquanto o do BRT está em fase ainda preliminar, sem estudos definitivos, projetos básicos, executivos, licenças ambientais… o que torna impossível avaliar a alternativa BRT corretamente e, menos ainda, compará-la com o VLT.
Vale lembrar que as entidades abaixo assinadas desde outubro passado solicitaram, por inúmeras vezes, uma audiência com o excelentíssimo governador para abordar todos estes aspectos técnicos e tentar dissuadi-lo em tomar medidas neste sentido.
Em respeito à engenharia, aos estudos nacionais e internacionais, aos projetos de sucesso já implantados, aos procedimentos administrativos e legais, às portarias interministeriais que norteiam o setor, aos recursos públicos já investidos, aos contratos de financiamento público em curso, propomos um amplo debate público para que a verdade venha à tona e com ela fique definitivamente claro que a decisão correta para o caso em tela é terminar a obra do projeto VLT Cuiabá-Várzea Grande.
Clique aqui e acesse o anexo elucidativo com a visão do setor metroferroviário.
Com Assessoria
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