Fábio de Oliveira
A pandemia da Covid-19 causou uma revolução na nossa vida cotidiana. O futuro mudou e, infelizmente, trouxe à tona comportamentos reprováveis por parte de uma parcela da nossa população que, infelizmente, não compreendeu a gravidade da doença, que tem matado nossos amigos e familiares aos milhares. Mas, como sempre, há também o lado positivo, manifestado em diversas iniciativas, públicas e anônimas, de solidariedade.
De uma hora para outra, a pandemia arrasou a economia. Pessoas perderam seus empregos, perderam seus sustentos e ficaram sem nenhuma alternativa para suprir suas necessidades básicas. As perdas, ainda que não totalmente contabilizadas, já estão em uma escala estratosférica e serão necessários anos para que a atividade econômica volte ao patamar que estava antes da doença ganhar o mundo.
Se a doença estagnou a atividade econômica, ela não acabou com a fome, com a necessidade do saneamento básico, nem com nenhuma outra necessidade das pessoas. E foi neste momento que o lado bom da humanidade se manifestou. Empresas e pessoas físicas que conseguiram se manter de pé em meio a todo este caos colocaram em operação um dos maiores programas informais de auxílio que se tem história.
Máscaras de tecido, insumos hospitalares, roupas, cobertores, cestas básicas e até mesmo dinheiro em espécie começaram a ser doados, visando justamente auxiliar aqueles que trabalhavam durante o dia para conseguir alimentar suas famílias à noite. Em meio ao noticiário catastrófico, com a contabilidade macabra do números de vítimas fatais da doença, iniciativas do bem também foram divulgadas.
Por outro lado, o Poder Público também foi obrigado a abrir seus cofres. Esqueçam déficit, superávit, equilíbrio nas contas, a ordem era tentar dar um mínimo sustento a quem perdeu tudo com a doença. O pagamento do auxílio emergencial, de 600 reais, a milhões de brasileiros serviu de alento para muitas famílias, mas cobrou um preço muito caro da população mais carente, mais vulnerável.
Todas as manhãs, este descaso era constatado nas portas das agências dos bancos responsáveis pelos pagamentos. Pessoas desalentadas, desesperadas, buscando entender a demora nos repasses, o fato de terem seus pedidos negados, todas aglomeradas, em longas e vergonhosas filas.
Espero que tiremos desta pandemia a necessidade de sermos mais solidários, de termos este senso de responsabilidade com as demais pessoas presente em todos os momentos. E que o Poder Público aprenda com estas pessoas que os auxílios pagos não podem se transformar em humilhação.
Fábio de Oliveira é servidor público estadual e professor universitário.


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