Da Redação
Levantamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE) identificou mais de 3,7 mil obras paralisadas em Mato Grosso, sendo elas de responsabilidade do Governo do Estado e de 139 prefeituras. O balanço assinala ainda que "já houve o desembolso de R$ 5,4 bilhões por parte dos Poderes Executivos Estadual e municipais, faltando ainda o montante de R$ 3,8 bilhões para conclusão das obras".
Relatado pelo conselheiro João Batista de Camargo Júnior, o levantamento buscou analisar as obras paralisadas no Estado, conforme objetivo definido no Plano Anual de Fiscalização para o exercício de 2019.
Em seu voto, aprovado por unanimidade, o relator fez questão de destacar a função instrumental de um levantamento, que é realizar diagnósticos e identificar fragilidades para determinar a adoção de medidas corretivas e, então, propor melhorias aos jurisdicionados, a fim de aprimorar a prestação do serviço público. Para o estudo, a equipe técnica da Corte de Contas se utilizou da base de dados do Sistema Geo-Obras, com o uso da ferramenta Qlik Sense.
Conforme o conselheiro, "com esse levantamento foi possível concluir que os gestores não têm observado sua disposição legal, uma vez que, a cada novo exercício, novos projetos de investimento são iniciados, enquanto os antigos permanecem paralisados e não são concluídos".
"Nesse sentido, mostra-se indubitavelmente necessária a comunicação aos Poderes Legislativos correspondentes, a fim de que realizem fiscalização de cada jurisdicionado e impeçam o início de novos projetos ou, se for o caso, responsabilizem os que deram causa ao descumprimento legal", sustentou o relator.
Na oportunidade, o presidente do TCE-MT, conselheiro Guilherme Antonio Maluf, sugeriu que a Corte de Contas faça uma ampla discussão sobre uma responsabilização específica aos gestores que não tomarem providências quanto a obras paralisadas.
"Esses levantamentos necessitam de desdobramento, precisamos ir além e avaliar a possibilidade de que municípios que não tomarem providências quanto às obras paradas tenham as contas reprovadas, por exemplo". Ficou definido que o assunto será debatido em reunião do colegiado.
O TCE-MT determinou o encaminhamento do acórdão e do relatório técnico do levantamento, para que sejam identificadas as causas e promovidas ações que viabilizem a retomada das obras paralisadas, aos prefeitos, presidentes dos Poderes Legislativos Municipais, ao governador do Estado, aos secretários de Estado de Infraestrutura e Logística, de Educação, de Saúde e de Segurança Pública, à Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), ao presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e, por sugestão do Ministério Público de Contas (MPC), à Rede de Controle do Estado.
A Corte de Contas determinou ainda aos gestores responsáveis que mantenham os dados atualizados no Sistema Geo-Obras, evitando “falsos positivos” na interpretação dos dados, bem como recomendou ao Poder Legislativo de cada jurisdicionado a observação e o respeito ao art. 45 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ao analisar a Lei de Diretrizes Orçamentárias, o Plano Plurianual e a Lei Orçamentária Anual, impedindo a aprovação de novos projetos de obras na existência de empreendimentos iniciados e não concluídos.
Com Assessoria TCE
Ainda não há comentários.
Veja mais:
Operação: Polícia Militar reforça segurança nos municípios de MT
PM confirma prisão de membros de facção que queriam matar rival
Empresas afetadas por tarifaço podem pedir crédito do Brasil Soberano
Estado destaca: MT tem 2ª safra de milho com recorde de produção
Operação aponta irregularidades em bombas de combustíveis de MT
TCE alerta sobre ações a prevenção ao suicídio entre crianças
Violência institucional e responsabilidade de empresas: lições do caso TAP
TJ destaca: consumidor barra ação de cobrança de cheque prescrito
PEC da Blindagem: Uma Violação Constitucional e um Ataque Direto à Sociedade Brasileira
Excesso Digital: Como Evitar que isso Sabote Sua produtividade