Da Redação
Governador Mauro Mendes (DEM) pediu cautela aos gestores municipais quanto "às medidas restritivas de prevenção ao coronavírus, para que a população não tenha mais prejuízos do que os já previstos com a pandemia". Mendes apontou a necessidade de "medidas gradativas de restrição do comércio, assim como o Governo do Estado vem fazendo por meio de decretos".
A preocupação com os reflexos na economia perfaz um campo em que prefeitos de Mato Grosso também começam a rever os primeiros atos acerca de fechamento de estabelecimentos.
"Estamos muito responsáveis, porque se a gente errar a dose do remédio, a gente mata o paciente. As medidas para combater o coronavírus têm que ser corretas, sérias, rápidas, mas não podem criar um caos econômico no estado de Mato Grosso, e no Brasil. Vamos continuar nessa linha, estou confiante que vamos vencer esta batalha e esse momento difícil com a ajuda de todos, empresários, trabalhadores e os Poderes. É o momento de nos unirmos", disse Mendes, em entrevista à TV Centro América, na terça-feira (24).
Ele se referiu à precaução que os municípios devem ter para conter o contágio do vírus, mas sem parar as atividades econômicas locais, que sustentam as famílias mato-grossenses. As atuais normas decretadas pelo Executivo são as medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o momento, garante o governador.
Foram proibidas aglomerações de pessoas em eventos, instituições públicas e privadas, igrejas, bares, e ainda, recomendado o distanciamento de 1,5m entre as pessoas, entre outras ações de prevenção. "Começamos a fazer as restrições, e elas têm a capacidade de, gradativamente, ir diminuindo o contato das pessoas, e a velocidade com que a transmissão do vírus pode acontecer", explicou.
O governador citou as atividades importantes que não podem parar: além dos serviços de saúde e segurança, são as padarias, mercados, transportadoras, indústrias de alimento, farmácias, e muitos outros ramos essenciais para o bem-estar da população.
"Precisamos ter muito cuidado, senão a gente cria tantos problemas que nem o Estado, a prefeitura, ninguém dá conta de resolver. Como vamos dar assistência para 50% da população que precisa? Com cuidado, tomando as medidas de afastamento, de assepsia, precisamos continuar de alguma forma trabalhando. Tem atividades que vão precisar continuar prestando serviços, desde que tomem as medidas necessárias de afastamento e higiene", alertou.
Mendes ressaltou que é importante que todos entendam como está funcionando o combate ao coronavírus. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o controle da epidemia acontece a partir do momento que mais da metade da população tem a infecção, e desenvolve a imunidade. A partir daí, é freada a transmissão. A prevenção tem o objetivo de protelar o contágio para que o sistema de saúde possa atender os casos, e que não falte assistência da saúde aos infectados.
O governador afirmou que o próprio ministro da Saúde, Luiz Mandetta, informou aos Estados que a epidemia deve crescer nos próximos meses, até o mês de setembro, em que o Brasil começará a sair da crise.
"Como manteremos as cidades, o comércio e as indústrias fechados até setembro? Temos que gradativamente ir criando as restrições e orientar a população para não sair de casa de forma desnecessária. Não teremos eventos, reuniões, futebol. As pessoas precisam trabalhar para poder ganhar o seu salário e as empresas sobreviverem", ponderou, e pediu que "cada município faça sua parte para não agravar a crise".
Novas medidas
Mendes afirmou que aguarda o posicionamento do governo federal quanto a novas medidas para os Estados, para poder anunciar novas ações estaduais aos municípios e à população. A principal alteração anunciada por Mato Grosso foi a prorrogação do pagamento de parcelas do IPVA (Imposto Sobre Veículos Automotivos) que venceriam nos dois próximos meses. Ações que visam auxiliar pequenos negócios são cogitadas pela equipe econômica do Executivo.
"Estamos estudando a prorrogação do pagamento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços) nesse período para as micro e pequenas empresas, que são empresas que geram muito emprego. No caso do microempreendedor individual, sabemos que têm milhares de pessoas nessa situação, e isso nos preocupa muito. São pessoas que trabalham em um dia para ter o que comer no outro. Estamos acionando a área social do governo, falamos isso hoje ao presidente, que precisamos ter um olhar especial para esse cidadão. Como vamos fazer isso ainda não está detalhado, mas precisamos fazer alguma coisa", pontua.
Com Assessoria
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