João Edisom
A fase terminal de um modelo de Estado é longa e atravessa gerações. Fatores culturais, nível de desenvolvimento e conscientização são fatores primordiais para a passagem definitiva de um estágio para outro. Portanto, é possível que o desaparecimento deste modelo vigente demore, em determinados países, séculos, enquanto em outros seja mais célere.
Alguns indícios do novo modelo de Estado já é possível ver, mesmo que fragmentados, em distintas nações. É verdade que quanto maior o nível de conhecimento de sua população, maior é o engajamento da sociedade nos novos modelos, ou “novos modos” de viver de sua população. E aqui o “novo” não se trata de mais Estado ou menos Estado, muito menos de ser um modelo político socialista, comunista ou capitalista (fase vencida e superada).
As leis serão mais universais, isso significa menos fronteiras (EUA de Trump, por exemplo, está na contramão) e maior intercambio entre os povos (blocos e uniões entre países). Temos tendência a universalizar uma língua e reforçar o localismo ao mesmo tempo. Bélgica, por exemplo, tem três línguas oficiais (alemão, francês, neerlandês) e um cem números de línguas regionais minoritárias. Mas o que realmente é comum a todos os cidadãos do pais é o inglês, que não entra em nenhuma das especificações anteriores.
Na corporação do Estado deve sobrar o regulatório e a supremacia do pensamento (educação básica, policiamento e justiça). Portanto, o operacional deve ir para as iniciativas individuais e empresariais. Por exemplo, em muitas cidades do Japão o poder público já não recolhe o lixo nas casas; são os moradores que levam até um centro de reciclagem.
A carga tributária poderá até ser maior, mas atenderá destinos específicos, tais como manutenção de bens e serviços indicados já no recolhimento, salários (polícia e professores), ou manutenção de museus e monumentos que são patrimônio. Na Holanda já é assim. Menos parlamento e mais associações e comissões voluntárias. Menos judiciário e mais justiça.
O assistencialismo e os governos populistas já estão sendo execrados em muitos países. Em seus lugares está nascendo um novo modelo que visa o resgate social através do comprometimento com a educação e o trabalho. Os cuidados com a natureza e com o bem estar da pessoa física já é uma tônica mundial. A palavra de ordem é menos patrimônio e mais bem estar individual e social. Fator visível, mesmo que em fragmentos, em vários países inclusive na América do Sul, tais como no Uruguai e Chile.
Será uma sociedade menos motorizada e mais eletrificada, onde o trânsito deverá ceder espaço para a convivência e bem estar individual. Andar a pé ou em veículos alternativos individuais (bicicletas, patinetes, skates elétricos e outros) vão ocupar boa parte da mobilidade urbana, praças e parques integrados para transitar e fazer exercício físico ao mesmo tempo.
A democracia como alternativa de escolhas já vive uma crise, portanto, é possível que as escolhas (votos) sejam setorizadas e por níveis de comprometimento e não mais genéricas. A fragmentação social é irreversível. É a volta das tribos! E estas terão que negociar entre si a convivência. Nem tudo veremos, mas alguma coisa já é visível. O que não muda é a mudança constante.
João Edisom de Souza é Articulista, Professor de Ciências Política, Consultor Político, Gestor de Comunicação, Imagem e Crise, Comentarista político da rádio Jovem Pan, jornal da manhã.
Ainda não há comentários.
Veja mais:
Isso que ocorre no DAE é caso de polícia, dispara senador
Tribunal de Justiça legitima 24 inscrições para cargo de desembargador
AL aprova mudanças no Regimento Interno para ampliar ações
Cuiabá alerta que operações de crédito do Cuiabanco estão suspensas
Wellington critica fala de Lula sobre encontro com prefeitos
Ação do MP: Tapurah deve executar obras de sinalização na cidade
Só se fala nisso
Judicialização da saúde em Mato Grosso: caminhos e soluções
VG alerta que bloqueio de R$ 1,3 mi do DAE compromete abastecimento
Justiça manda Cuiabá reintegrar moradora no transporte especial Buscar