Da Redação - FocoCidade
Ao analisar o contexto que envolve os altos índices de abstenção nas eleições mais recentes, o jornalista e analista político, Onofre Ribeiro, alerta para as causas dessa seara, projetando uma perspectiva de parcos avanços sobre os novos governos em 2019, leia-se o Congresso Nacional.
A falta de confiança para com os representantes da política piora o quadro, levando à descrença do eleitor sobre possíveis mudanças, o que provoca o aumento da abstenção nas urnas.
“De tempos em tempos, a política sofre uma reviravolta, assim como a sociedade também sofre do ponto de vista do comportamento coletivo, da economia, das esperanças e dos sonhos da população. E esse é um momento no Brasil que está associando crise política, crise econômica, crise ética. Essa Copa do Mundo que está mexendo muito no inconsciente coletivo porque de algum modo ela se tornou que se fosse a lavação da nossa alma, então acaba esperando muito e é uma frustração muito forte com um sentimento coletivo brasileiro”, considerou.
Para Onofre Ribeiro, esse quadro também é influenciado pela ausência de grandes líderes políticos. “Num ano que tem eleição, eleição em substituição ao presidente Temer, que herdou uma história que vem lá do Lula, da Dilma e ele não tinha a simpatia popular, o seu partido é muito ruim, somando o fato da JBS, o movimento dele, a baixíssima aprovação nas pesquisas de nível popular, então nós não temos mais líderes daquele estilo antigo, como Fernando Henrique, Lula por exemplo, Ulisses Guimarães, isso acabou.”
A tendência nesse processo é de ser mantida a reação do eleitor. “A gente vai para uma eleição mais ou menos horizontal no nível dos candidatos e os eleitores querendo muito e desejando muito. Sabendo que no inconsciente coletivo esse sentimento não escrito, mas presente, sabendo que não vai ter renovação nenhuma, sabendo que vão continuar com esse Congresso horrível que nós temos, sabendo que os problemas dos governantes são muito grandes e levarão uma geração para ser consertados, o eleitor está percebendo isso. Ele vai faltar muito na urna, vai anular muito voto, vai ter muito voto branco”.
Sinal de alerta
“Isso na verdade tem dois sentidos, um é um sinal de alerta que a política precisa mudar, e o segundo sinal de alerta de que a população está mudando, ainda que muito lentamente. Agora, o saldo dessa eleição vai ser o presidente, governadores eleitos com minoria de votos, com pouca representatividade social e política. Isso vai implicar em governos de profunda crise. Um presidente, por exemplo, vamos pegar o caso do presidente da República. O presidente com uma votação baixa por causa das ausências dos brancos e nulos, e isso vai fatalmente ter um segundo turno e cada menos. Exemplo, o Tocantins teve 51,8% de ausências, nulos e brancos no segundo turno. Dois candidatos concorreram no segundo turno e o que foi eleito, foi com muito pouco voto. E o poder que o Congresso tem de travar o presidente, vai ter um Congresso velho, corrupto e sem capacidade de reação e o presidente eleito carregado de esperanças e de cobrança da população”.
Aumento da crise
“Esse ambiente é explosivo e aparentemente um ambiente de causa e de crise. Então o que podemos esperar para à frente não é resolução dos problemas, é aumento da crise. É mais ou menos como febre numa pessoa, febre não é doença, ela indica que há doença. Essa crise que nós vamos ter, o caos de 2019 em diante é que começa o processo de cura. Pode demorar uma geração ou menos, mas não é coisa que se resolva em quatro anos.”
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