Da Redação - FocoCidade
Levantamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Consignados revela que aproximadamente 80% dos servidores da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso possuem empréstimos consignados.
A informação foi pontuada pelo presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado de Mato Grosso (ACS-MT), Adão Martins da Silva, nesta manhã (6), durante depoimento à CPI.
Outra informação trazida à CPI é que a facilidade para a contratação de empréstimos e a falta de educação financeira têm sido os principais responsáveis pelo endividamento dos servidores. “Existe uma facilidade dos bancos para a realização de empréstimo e isso normalmente faz com que o servidor, mesmo endividado procure cada vez mais, gerando uma bola de neve. Eu sou um exemplo disso, sempre estou renovando meus empréstimos”, disse Adão.
A também convidada a depor à CPI, a advogada Rosana Lóris Azevedo, confirmou que a facilidade dos bancos para gerarem empréstimos aos servidores tem aumentado o endividamento dos mesmos. Ela citou ainda que o servidor não tem noção de quanto ele está se endividando, pois faltam informações e transparência nas negociações.
“Quase 90% das vezes o servidor não recebe o contrato e mesmo que receba ele não consegue ter dimensão de entender no que ele esta se metendo, pois são termos jurídicos e isso dificulta.
“Os bancos ligam, assediam, fazem propostas e o servidor acaba fazendo um empréstimo para cobrir outro e tudo isso com juros compostos, isto é, uma dívida que só vai aumentando. Os bancos induzem a situação e na minha visão isso é completamente ilegal”, ressalta.
Outro problema levantado durante a reunião é sobre as aquisições dos servidores a cartões de crédito consignado. A advogada afirma que os métodos usados pelas instituições financeiras são totalmente abusivos, pois essa será uma dívida que não terá fim.
Para o presidente da Associação dos Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar de Mato Grosso (ASSOF-MT), tenente-coronel Lara, a falta de educação financeira é a principal causa do crescimento de servidores endividados com empréstimos consignados.
“Além dessa facilidade que todos falaram aqui, existe a falta de educação financeira que nós brasileiros temos. Este aporte de recursos ofertado através dos consignados pelos bancos e a dificuldade de ser organizar faz com que o servidor entre numa bola de neve. Tem servidor que compromete toda a margem dele com essa situação”, disse Lara.
Ao final dos depoimentos, o presidente da CPI, deputado Guilherme Maluf (PSDB), afirmou que há uma fragilidade muito grande e um desequilíbrio no relacionamento comercial entre os servidores públicos e as instituições financeiras. “Nós já estamos trabalhando uma legislação para normatizar essa relação de consumo”, explicou o parlamentar.
Nas próximas reuniões, a CPI irá ouvir representantes dos sindicatos dos professores e dos servidores da saúde. A segunda fase será marcada pelos depoimentos das instituições financeiras que praticam a concessão de créditos aos servidores de Mato Grosso. (Com assessoria)
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