Da Redação - FocoCidade
O esperado "resguardo" do Governo Federal para a crise nos hospitais filantrópicos de Mato Grosso, simplesmente não aconteceu. Em reunião realizada em Brasília, na quarta-feira, com representantes das unidades de saúde e da bancada federal, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que tem cumprido com os repasses para o Estado rigorosamente em dia, e observou que uma solução para o caso depende do Governo de Mato Grosso.
Hoje está prevista reunião, no final da tarde, no Palácio Paiaguás, com o governador Pedro Taques (PSDB), representantes dos hospitais filantrópicos e deputados. Taques pontua estar cumprindo os repasses para os municípios, e também acordo feito com a área. Ontem (16), disse que está disposto a debater o tema, mas acentuou que "não trabalha com ameaças".
A audiência com o ministro foi intermediada pelo senador Wellington Fagundes (PR) e pelo suplente José Augusto Curvo, “Tampinha”, que também é médico. Barros afirmou no encontro que o Ministério da Saúde não pode se comprometer em aumentar o valor que já é destinado. “Eu preciso entender o que está acontecendo em Mato Grosso. Vou enviar um assessor técnico da Secretaria de Atenção à Saúde ao Estado amanhã (hoje), para que ele vá in loco e nos traga um relatório de toda a situação”.
De acordo com a presidente da Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas de Mato Grosso (Fehosmt), Maria Elisabeth Meurer, amanhã (18), quatro hospitais podem paralisar o atendimento de pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por conta da falta de repasses por parte do Governo do Estado. São eles: o Hospital Geral Universitário (HGU), Hospital Santa Helena (HSE), e as Santas Casas de Rondonópolis e Cuiabá, que juntos totalizam mais de 800 leitos, destes, 180 de UTIs. Os atrasos superam os R$ 10 milhões.
O Executivo assinala ter cumprido acordo para repasses em torno de R$ 7,5 milhões, lembrando não possuir contratos com os hospitais filantrópicos, sendo dos municípios a responsabilidade da destinação de recursos.
O líder da bancada de Mato Grosso, Victório Galli, destacou que em seis meses sem receber repasses, os hospitais filantrópicos estão sem remédios para os pacientes. “Essa é uma situação inadmissível, pois são essas instituições que realizam 86% dos atendimentos do SUS”.
Representantes dos hospitais pontuam que os centros de saúde realizam, juntos, mais de 2500 atendimentos por mês. O HGU, sozinho, é responsável pela realização de mais de 80 cirurgias cardíacas e neurológicas mensalmente. Já a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá realiza quase 800 partos no mesmo período.
Cobrança
Desde a última semana, o senador Wellington Fagundes tem feito duras críticas e se mostrado indignado com a situação dos hospitais filantrópicos em Mato Grosso. “Eu sempre tenho dito que governar é a arte de saber priorizar. E a vida das pessoas, eu acredito, é a maior de todas. Então, nós queremos cobrar do Governo do Estado que priorize esses recursos, principalmente para salvar vidas” - disse. (Com assessoria)
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