Onofre Ribeiro
A delação de Páscoa de Marcelo Odebrecht nos leva a muitas conclusões boas e ruins. É preciso ligar tudo que está acontecendo dentro da História do Brasil!
A República foi fundada em 1889. A sua primeira fase chamou-se República Velha. Durou até a Revolução de 1930. A segunda, chamada de Estado Novo, durou até a queda de Getúlio Vargas, em 1945. A terceira, a Fase de 1946, durou até a Revolução de 1964. A quarta, chamada de Nova República, durou do começo da redemocratização em 1985 até agora. Cada uma dessas fases teve as suas características políticas.
Marcelo Odebrecht teve o papel de apagar a última luz no velho e triste prédio da Nova República. Tão jovem. Durou 32 anos. O que a caracterizou? Foi marcada pelas libertinagens político-partidárias que implantaram no Brasil a mais desprezível corrupção na modernidade mundial. Faliu o país. Desconstruíram o Estado. Comparada apenas à de países africanos paupérrimos.
Desde o começo do segundo mandato de Dilma Rousseff tentou-se fazer remendos aqui e ali pra mascarar a dura realidade de que o país perdeu a noção. Mas aos poucos a realidade foi aparecendo e agora Marcelo Odebrecht joga a última pá de cal na velha Nova República. Melhor assim. A desconstrução é sofrida, mas necessária.
O marco da Nova República foi a Constituição Cidadã, assim chamada por Ulysses Guimarães, também chamado de “timoneiro da redemocratização”. Uma obra cheia de puxadinhos. Ora ele é parlamentarista até no minuto final. Depois vira presidencialista e não se define nem por um nem por outro. Compromisso nenhum com a realidade de uma nação. Outra hora ela traz todo o ranço esquerdista copiado do sistema soviético que viriam a se dissolver em 1989, um ano depois da promulgação da dita Constituição Cidadã. Nasceu esquerdamente morta. Sem contar outras maluquices tupiniquins inseridas sob pretexto de proteção da democracia contra golpes futuros. Funcionalmente incapaz pra gerir o Brasil.
Diz a sociologia que o caos é o intervalo entre uma ordem antiga e uma ordem nova. Uma está morrendo e a outra nascendo. Entre elas o caos da não vigência de uma nem de outra. Estamos no caos no Brasil.
Para a nova era, o país pede uma Constituição nova, escrita por notáveis desvinculados de todos os segmentos da política atual e dos chamados poderes deste momento. Todos estão contaminados pelo caos ou pela miopia da visão corporativista que se construiu em torno de todos e contra os cidadãos.
Dizem os mineiros: “é ruim, mas é bom”. Necessário morrer pra ressuscitar diz o hino religioso. Que o Brasil de agora morra. Quem sabe renasça melhor na nova era!
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
onofreribeiro@onofreribveiro.com.br www.onofreribeiro.com.br


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