• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

Nomofobia: A Epidemia do Medo de Ficar Desconectado 

Voce sabe o que é  nomofobia?  Esse termo descreve o medo irracional e intenso de ficar sem acesso a internet. Em 2024, essa condição se consolidou como um dos maiores desafios relacionados à saúde mental e ao uso de tecnologia, afetando significativamente tanto jovens quanto adultos em todo o mundo.

Um estudo recente da nomophobia.com, portal dedicado ao tema, revelou que 60% dos brasileiros reportam ansiedade quando não estão com seus celulares. O levantamento mostra ainda que 87% se consideram dependentes de seus smartphones para suas atividades diárias, ilustrando a centralidade do dispositivo na rotina moderna.

Impacto da Nomofobia na Saúde Mental 

Estudos revelam que a nomofobia está ligada a problemas emocionais, como ansiedade e depressão, especialmente entre adolescentes. O uso contínuo de dispositivos móveis é associado a dificuldades na regulação emocional, distúrbios no sono e até baixo desempenho acadêmico, uma vez que muitos jovens dormem com seus celulares ao alcance da mão, expondo-se a cyberbullying e interações nocivas online.

Além disso, a necessidade constante de estar conectado pode levar ao aumento do estresse e à deterioração das habilidades de relacionamento interpessoal, já que muitos preferem interações virtuais em detrimento das presenciais. Isso impacta não só a saúde mental, mas também os laços sociais e a produtividade no trabalho e na escola.

Por que a Nomofobia se Tornou uma Epidemia?

A popularização dos smartphones e a conectividade constante transformaram o modo como consumimos informação, nos relacionamos e trabalhamos. Redes sociais, aplicativos e serviços digitais oferecem gratificações instantâneas que reforçam o ciclo de dependência, criando uma pressão social para estar sempre disponível. A pandemia de COVID-19 intensificou esse processo, já que muitas pessoas passaram a depender exclusivamente dos dispositivos móveis para estudar, trabalhar e se conectar com amigos e familiares.

Essa hiperconectividade gerou um ciclo vicioso: quanto mais tempo se passa online, maior a sensação de necessidade de estar conectado, agravando o medo de perder uma notificação ou de ficar “desatualizado” frente aos outros.

Lidar com a nomofobia exige a conscientização sobre os hábitos digitais e a implementação de medidas de autocuidado. Como faz isso uma atividade de cada vez.

1.Primeiro Limitar o Tempo de Uso: Estabelecer horários específicos para o uso do celular pode ajudar a reduzir a dependência e promover momentos de desconexão consciente. Comece olhando quanto tempo passa conectado, nas configurações do telefone tem tempo de tela veja como é sua rotina semanal.

2. Desative suas Notificações: Reduzir o volume de notificações diminui a sensação de urgência e a necessidade de verificar o telefone constantemente. Entenda se for urgente e necessário as pessoas vao te ligar.

3. Praticar o Mindfulness: Técnicas de meditação e atenção plena auxiliam no desenvolvimento de um relacionamento mais saudável com a tecnologia, favorecendo a regulação emocional.

4. Interações Off-line: Incentivar encontros presenciais e atividades ao ar livre ajuda a fortalecer vínculos e reduz o uso compulsivo de dispositivos. Leve o cao para passear, faca caminhada com os filhos, converse com as pessoas fora das telas isso ajuda a reforçar os relacionamentos em modo off.

5. Criar Regras no Ambiente Familiar: Estabelecer limites para o uso de smartphones no lar é essencial para evitar que as crianças e adolescentes desenvolvam comportamentos dependentes. Sempre digo em meus treinamentos seja o exemplo, se tem dificuldade com isso peça ajuda, ou estará treinando seus filhos para o mesmo caminho.

Por fim não desista, tem dias que vai dar tudo certo em outros não. Mas mantenha a meta de se desconectar ao digital para se conectar ao que realmente importa do lado de fora das telas.

Para quem sofre com esse diagnostico saiba que você não esta sozinho e que a nomofobia reflete um dos maiores desafios da era da hiperconexao, revelando o impacto profundo da dependência tecnológica na saúde mental e nos relacionamentos sociais.

Enfrentar essa condição requer um esforço conjunto, tanto em nível individual quanto social, para equilibrar o uso da tecnologia com momentos de desconexão. Peça ajuda!!!

A conscientização e a adoção de hábitos mais saudáveis são essenciais para evitar que a conectividade constante prejudique a qualidade de vida e o bem-estar emocional das pessoas. Estar conectado é necessário, mas estar adoecido por medo de se desconectar não é estilo de vida é adoecimento.

 

Maria Augusta Ribeiro é especialista em Netnografia e comportamento digital no Belicosa.com.br



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