Seria interessante que os candidatos à prefeito em Cuiabá, ao invés de chutes na canela desde agora, pudessem mostrar o que pretendem fazer, se eleitos.
Alguns assuntos comentados por gentes que moram na cidade. Um que logo chama a atenção nas conversas é o que se vai fazer para arrumar a buraqueira nos asfaltos nos bairros. É impressionante com se reclama disso. Nas avenidas ou ruas principais, com um asfalto um pouco melhor, a coisa ainda flui, mas nas ruas dentro dos bairros é um descalabro.
Outro fato. O que vai fazer o eleito com a dívida acima de 1.2 bilhões de reais da prefeitura? Com uma divida desse porte, sem condições de tirar dinheiro do orçamento da cidade, que está no limite de tudo, onde e como tapar esse furo? Se não tem esse recurso onde arrumar outro para tapar os buracos?
Falam que precisaria de no mínimo 100 milhões de reais. Não tem emenda parlamentar que cubra isso. Só com ajuda do governo do estado. Aí entra outro ingrediente politico: o governo não é obrigado a colocar dinheiro na prefeitura. Não tem lei para isso. Somente com entrosamento politico pode ser que venha alguma ajuda por aí.
O setor de saúde é outro com problemas para serem enfrentados. A situação ali é tão complicada que a secretaria de saúde sofreu algumas intervenções. Se teve até interventor sentado naquela cadeira que não era do lado do prefeito. Qual o tamanho do buraco financeiro nessa área? Ou isso estaria dentro daquela divida de 1.2 bilhões de reais? Os candidatos estão atrás desses dados para ir para a praça pública para debater o assunto?
Quase nunca se fala em como anda a educação no município. Uma área em que os resultados não aparecem de imediato e aí diminui a importância numa disputa eleitoral. E deveria ser mais debatido porque é ali que se investe em qualificar gentes para melhorar as coisas na cidade ao longo do tempo.
Reclamações existem também sobre assuntos municipais que estão com a inciativa privada. Transporte é um deles. E o BRT e o VLT? Água tratada e saneamento estão resolvidos em todos os bairros?
A classe média é que teria mais força para reclamar, mas não faz porque tem o assunto um tanto quanto resolvido. Mas dona Maria do bairro lá longe, com seus enormes problemas, muitas vezes só fala até a porta da vizinha, nunca sua voz vai chegar onde devia chegar.
O que pensam as candidaturas sobre esses e outros assuntos? O eleitor deveria perguntar sobre a realidade do seu bairro para aquele que ali na busca do voto. Perguntar ao Eduardo Botelho do União Brasil, Abílio Brunini do PL, Ludio Cabral ou Roberto Stopa da Federação Brasil da Esperança ou o Juca do Guaraná do MDB. Vamos pegar no pé deles, gente.
Alfredo da Mota Menezes é professor, escritor e analista político.
E-mail: pox@terra.com.br
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