• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

No fronte da guerra

É na guerra que conhecemos a nós mesmos e os nossos inimigos. Mas não podemos esperar a guerra para termos estes conhecimentos. Daí a importância dos estudos, das ciências e do planejamento.

A pandemia do coronavírus escancarou as diferenças entre povos e nações, tanto para o bem quanto para o mal. As culturas onde prevalecem o individualismo, o egoísmo e o atraso estão pagando um preço bem maior pelos desajustes e desencontros nas horas mais difíceis. As tomadas de decisões que deveriam ser em consenso e assertivas, estão sendo erráticas ou desobedecidas pelas conveniências pessoais dos agentes sociais com ou sem poder na mão.

Na ausência do conhecimento prevalecem as decisões dos políticos interesseiros e vaidosos que só pensam no resultado da próxima eleição; do avarento, cujo objetivo é sempre o seu lucro; do irresponsável que só pensa nas folgas e nas festas para sua própria alegria.

As brigas da “vida versus economia” justificam todo e qualquer discurso dos envolvidos e atrasam as ações de solução que realmente resolvem (protocolo sanitário, casa, trabalho e ciência, necessariamente nesta ordem). Não porque é milagroso, mas por ser realmente o que temos de eficaz para os tempos difíceis.

Protocolos sanitário são: o uso da máscara, o distanciamento, lavar sempre as mãos e utilizar álcool gel. Casa: se recolher o máximo que puder para não aglomerar. Trabalho: executar sua função com zelo e os cuidados protocolares porque sem economia não há dinheiro e sem dinheiro não haverá produtos de consumo, nem o básico. E a ciência produzindo remédios e vacinas.

Como afirmou Sun Tzu no livro A Arte da Guerra, “se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas”, pois “aquele que se empenha a resolver as dificuldades resolve-as antes que elas surjam. Aquele que se ultrapassa a vencer os inimigos triunfa antes que as suas ameaças se concretizem.

Os negacionistas e os conspiradores que normalmente vivem nas sobras em tempos de paz, emergem durante os momentos difíceis justamente por serem oportunistas e saberem que apenas no caos serão ouvidos por alguém. Partindo desta premissa, podemos afirmar que parte das vítimas deste vírus foram persuadidas para um comportamento estimulado por parte de quem direta ou indiretamente teria que ajudar a protege-los.

Sigmund Freud já afirmava que “qualquer coisa que encoraje o crescimento de laços emocionais tem que servir contra as guerras”. Contra uma guerra que os fatores organização e emocional são fundamentais, essa afirmação se torna ainda mais necessária.

Quem não se liberta do comando ideológico, conspirador ou negacionista vira um prisioneiro de uma guerra que não foi ele que criou e, segundo Winston Churchill, “um prisioneiro de guerra é um homem que tentou matá-lo, não conseguiu e agora implora para que você não o mate”.

 

João Edisom é Analista Político, Professor Universitário em Mato Grosso.



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