• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

Por que o Comitê Nacional de Cibersegurança (CNCiber) é essencial para o Brasil?

Em um mundo cada vez mais digital, a segurança cibernética se torna um campo de batalha crucial. Ataques cibernéticos podem ter impactos devastadores, tanto para indivíduos quanto para organizações, e a necessidade de medidas eficazes para proteger nosso espaço digital é cada vez mais evidente.

Nesse contexto, a criação do Comitê Nacional de Cibersegurança (CNCiber), sancionado em 26/12 junto à Política Nacional de Cibersegurança (PNCiber), configura-se como um passo crucial para o Brasil. O CNCiber, instituído no âmbito da Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Conselho de Governo, tem como objetivo orientar a atividade de cibersegurança no país, estabelecendo diretrizes e promovendo ações para fortalecer a segurança e a resiliência do nosso ciberespaço.

A urgência de um órgão coeso e eficaz

Até então, a governança da cibersegurança no Brasil era fragmentada, com diversos órgãos e entidades atuando sem uma estratégia unificada. Essa fragmentação dificultava a resposta a incidentes cibernéticos, a implementação de medidas de proteção eficazes e a coordenação entre os diferentes setores da sociedade.

O CNCiber surge para suprir essa lacuna, oferecendo uma estrutura coesa e abrangente para a gestão da cibersegurança no país. O Comitê reúne representantes de diversos órgãos da Administração Pública Federal, além de especialistas da Sociedade Civil, garantindo uma visão ampla e multifacetada dos desafios da segurança cibernética.

Enfrentando os desafios com ações estratégicas

O CNCiber tem pela frente uma série de desafios, que exigem ações estratégicas e coordenadas. Entre os principais desafios, podemos destacar:

Combate aos crimes cibernéticos: O Brasil é um dos países mais visados por ataques cibernéticos no mundo. O CNCiber precisa trabalhar em conjunto com as autoridades competentes para fortalecer a investigação e punição desses crimes.

Proteção de infraestruturas críticas: Infraestruturas críticas como usinas de energia, redes de comunicação e sistemas financeiros são alvos frequentes de ataques cibernéticos. O CNCiber precisa desenvolver medidas robustas para proteger essas infraestruturas e garantir sua resiliência.

Educação e conscientização da população: A grande maioria dos ataques cibernéticos explora vulnerabilidades humanas. O CNCiber precisa investir em campanhas de educação e conscientização para que a população esteja mais apta a se proteger de ataques cibernéticos.

Desenvolvimento de tecnologias nacionais de segurança cibernética: O Brasil precisa reduzir sua dependência de soluções estrangeiras em matéria de segurança cibernética. O CNCiber precisa fomentar o desenvolvimento de tecnologias nacionais nesse campo, incentivando a pesquisa e a inovação. Neste ponto, vale destacar que apenas companhias nacionais podem, de fato, compreender os desafios locais. Por exemplo: em nenhum outro lugar do mundo aplica-se golpes de PIX e/ou boletos. Para isso, é necessário entender o contexto em que estamos inseridos para desenvolver as melhores soluções para estes problemas.

Equilíbrio

É importante encontrar um equilíbrio entre a necessidade de garantir a segurança cibernética e a proteção da liberdade de expressão. O CNCiber deve ser transparente e accountable em suas ações, e a sociedade civil precisa estar atenta para que a PNCiber não seja utilizada para fins indevidos.

Um futuro mais seguro para o Brasil digital

A criação do CNCiber representa um marco importante na história da segurança cibernética do Brasil. O Comitê tem o potencial de fortalecer significativamente a capacidade do país de se proteger contra ataques cibernéticos e garantir a segurança e a resiliência do nosso ciberespaço.

No entanto, o sucesso do CNCiber dependerá de seu efetivo funcionamento, da capacidade de articular e coordenar as ações dos diversos setores da sociedade e da transparência em suas ações. É fundamental que o Comitê seja dotado de recursos humanos e financeiros.

 

Armsthon Zanelato é Co-CEO da ISH Tecnologia.



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