• Cuiabá, 28 de Setembro - 00:00:00

A escalada da energia solar no Brasil

A energia solar tem ganhado destaque na matriz energética brasileira. Desde 2012, a geração fotovoltaica vem crescendo anualmente. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), o primeiro semestre de 2023 já superou o resultado de 2022, com um aumento de 26% na potência instalada.

A Geração Distribuída colaborou muito para essa escalada, que se iniciou no ano de 2012 com a publicação da Resolução Normativa nº 482, instituída pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A norma permitiu ao consumidor gerar sua própria energia, conectada à rede de distribuição. Ou seja, viabilizou tanto a produção por microgeradores, com painéis solares nos telhados dos imóveis, quanto por minigeração, como a que acontece nas usinas e fazendas solares.

Outro impulso trazido pela resolução foi a criação do SCEE, que instituiu o sistema de compensação de créditos de energia elétrica, e dos critérios necessários para a conexão de sistemas à rede. Além disso, outras medidas governamentais, tanto da União quanto dos estados, incentivaram a uso da fonte solar, como, por exemplo, isenção de IPI ou ICMS e redução do Imposto de Importação sobre os painéis solares.

Desde então, a energia solar tomou um grande impulso, passando de 7 MW de potência instalada em 2012 para 32 GW em 2023. Dados da Absolar e da Aneel mostram que somente no segmento de geração própria foram cerca de R? 92,1 bilhões em investimentos, R? 27,4 bilhões em arrecadação e mais de 540 mil empregos acumulados desde 2012 até 2022.

Já as usinas solares de grande porte, trouxeram ao país cerca de R? 37,0 bilhões em novos investimentos e mais de 238,2 mil empregos acumulados, além de proporcionarem uma arrecadação aos cofres públicos que supera R? 12 bilhões.

Desde seu pontapé inicial em 2012, foram cerca de R? 129 bilhões em novos investimentos, que geraram mais de 778 mil empregos acumulados no período, espalhados em todas as regiões do Brasil, e representam uma arrecadação aos cofres públicos de R? 29,8 bilhões.

Ainda de acordo com a Absolar os sistemas solares conectados à rede trazem economia e sustentabilidade ambiental para cerca de 2,6 milhões de unidades consumidoras. A tecnologia fotovoltaica já está presente em 5.530 municípios e em todos os estados brasileiros, sendo os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná os líderes em potência instalada.

E todo esse crescimento não para por aqui. O relatório "Perspectivas do Mercado Global para Energia Solar 2022-26" da Solar Power Europe projeta que Brasil será o maior mercado solar global até 2026, atingindo 54 GW de capacidade total.

Outro levantamento, feito pela Agência Internacional de Energia (IEA), aponta que o país ultrapassará a marca de 66 GW de potência instalada até o fim de 2027, com crescimento acima de algumas nações que sempre foram consideradas líderes de geração no setor.

A Agência também aponta que nos próximos quatro anos o Brasil terá capacidade operacional consideravelmente maior do que em muitos países de primeiro mundo, como Espanha, Austrália, Itália, Holanda, França e Inglaterra.

Não há dúvida de que a energia solar é o futuro da matriz energética brasileira. Com resultados positivos para sustentabilidade, redução do impacto ambiental e, também, na economia, o setor está em pleno desenvolvimento, e as projeções estão cada vez mais otimistas. Para os próximos anos, continuaremos acompanhando essa escalada de sucesso.

 

Rodrigo Marcolino é sócio diretor da Axis renováveis.



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