Estamos no mês de setembro em plena campanha promovida para debater e conscientizar a população contra o suicídio, o chamado, Setembro Amarelo. O dia 10 de setembro é considerado o Dia Mundial de Prevenção.
Hoje dia 08 de setembro acordamos com a notícia de que uma profissional da segurança pública pode ter tirado a própria vida. Ela foi encontrada em casa. Até quando? Quantos mais?
O debate criado pelo Setembro Amarelo é importante, promove a reflexão, mas o que de fato resolve o problema e pode ajudar a prevenir o suicídio é propor e implantar políticas públicas voltadas à saúde mental, ofertando atendimento, acolhimento e o tratamento preventivo adequado.
Sabemos que a maioria dos casos de pessoas que cometem o suicídio, ou tentam contra a vida é em decorrência da depressão, problemas emocionais ou alguma doença mental.
A depressão e a esquizofrenia por exemplo, são doenças muito graves, que podem levar a pessoa à morte quando em crise.
Portanto todos os dias, todos os meses e a qualquer hora a pessoa doente precisa de atendimento que realmente funcione. Deveríamos pensar em um ano inteiro “Amarelo”, e também em um ano inteiro de atendimento adequado a quem precisa.
Em uma pesquisa recente, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) mostra que o índice de suicídio aumentou consideravelmente em Mato Grosso, ao comparar a quantidade de mortes registradas no primeiro semestre deste ano, com o primeiro semestre do ano passado. Para se ter ideia, de janeiro a junho de 2021 foram registrados 116 casos e em 2022 já foram 169 óbitos. Este índice é preocupante, pois indica um aumento de quase 46% de casos de suicídio.
Por isso, eu tenho atuado fortemente nesta questão de ajudar e fortalecer pessoas psicologicamente doentes, por meio do projeto Supere-se, no qual eu já atendi mais de 20 mil pessoas e a maioria apresentava algum tipo de problema.
Eu pretendo ampliar o projeto Supere-se para uma grande política pública, e assim criar uma rede de apoio para combater as doenças mentais que atingem tantas pessoas.
Por meio do apoio de igrejas, escolas, instituições públicas e privadas, entre outros órgãos, que, unidos à grupos terapêuticos e médicos, poderão atuar para que os três pilares (espiritual, físico e emocional) sejam de fato tratados.
Além disso, vou propor um programa de acompanhamento Psicoemocional aos servidores públicos que atuam na linha de frente, porque infelizmente tem muitas pessoas doentes, atendendo a população.
Constantemente nos deparamos com notícias de professores tendo surtos em salas de aula, profissionais da saúde ou segurança pública trabalhando esgotados emocionalmente e em muitos casos ceifando a própria vida.
Eu quero atuar para todos, quero que todos tenham acesso e direito à tratamentos dignos.
Precisamos mais que tudo, quebrar preconceitos e crenças limitantes sobre saúde mental. As pessoas precisam entender que o quanto antes começar o tratamento, mais rápido a pessoa ficará curada, ser resistente não ajuda no processo, até porque o agravamento da doença pode acarretar muitas sequelas.
Já passou da hora de se criar uma política pública eficiente para esta questão. Eu sei como fazer e vou transformar o Supere-se num grande programa nacional de saúde pública. Eu sei que é possível superar, é possível encontrar a cura e eu quero ajudar quem precisa e ainda está preso na dor.
Sirlei Theis é advogada, gestora pública, treinadora comportamental e candidata à deputada federal.
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