• Cuiabá, 23 de Novembro - 00:00:00

A pré-campanha, suas regras e redes sociais

É fácil constatar que a campanha eleitoral começou. Pelas normas de regência o que realmente não pode é pedir votos explicitamente, afinal, a rigor, ninguém ainda é candidato.

Pode a declaração pública de pretensa candidatura, exaltação de qualidades pessoais nos meios de comunicação ou em redes sociais, pedido de apoio político, participação em entrevistas, programas, encontros (promovidos pelo partido) ou debates no rádio, na televisão ou na internet expondo plataformas e projetos políticos, divulgação da atuação parlamentar e posicionamento pessoal sobre questões políticas, inclusive nas redes sociais, dentre outras movimentações.

"Vejo como positiva essa maior liberdade ao pré-candidato para que a população conheça o que ele pensa, enquanto ainda não é um produto de estúdio. O fato de pedir ou não votos explicitamente fica muito aberto e o TSE se debruça sobre casos concretos para determinar os limites da pré-campanha", ressalta o juiz titular do TRE/MS Ary Raghiant Neto que também é membro do Conselho Nacional da Justiça, representante do Conselho Federal da OAB. Interessante a observação quanto ao produto de estúdio.

Iniciada a campanha no horário eleitoral gratuito, especialmente na TV, fácil é constatar que desde a imagem exposta até as manifestações dos candidatos o que se vê é um verdadeiro produto de imagem e produto de marketing. Há candidatos que, com relação aos mesmos, às vezes fica até difícil reconhece-los fora daqueles padrões apresentados.

Esta pré-campanha não deixa de ter sua importância e ela vem suprir a necessidade de uma maior exposição dos futuros representantes na Assembleia, Câmara dos Deputados, Senado Federal (duas vagas), Governador e Presidente, que é o caso das eleições gerais do corrente ano. As reformas na legislação, que, dentre outras providências, diminuiu o período de campanha e o financiamento – restrito ao auto financiamento,às doações de pessoas físicas e aos recursos públicos – levaram os legisladores a buscar estas brechas. Não deixa de ser interessante também, como dito, que o eleitor – tendo mais tempo – conheça melhor o futuro pretendente ao cargo público.

Num paralelo com as primárias americanas tem-se que a pré-campanha eleitoral em muito se assemelha àquelas, onde desde dois anos antes das eleições vê se uma grande exposição dos pretensos interessados, no caso das primarias, à chamada nomeação para disputar, ocorrendo grande disputa no âmbito interno dos partidos, com destaques para DEMOCRATAS e REPUBLICANOS.

Nada de mal, pelo contrário, em que os homens públicos sejam bem conhecidos dos seus eleitores – futuros representados.  Como visto, conhecidos sem maquiagem, sem que sejam produtos de estúdio.

Especialistas em marketing político e redes sociais ressaltam a importância da pré-campanha e o uso intensivo das redes sociais. Certamente que os pretensos candidatos sabem que não é possível ocultar algo relacionado à sua vida e seu passado ou abordar determinado assunto de forma parcial, ou mesmo deixar de assumir posições em relação a questões polêmicas do dia a dia.

Sobre o marketing digital bom mesmo é que os pré-candidatos busquem se assessorar de especialistas e não simplesmente achem que tudo o que postam estará alçando-os ao conhecimento público e, por isso, já devem se achar no gosto popular. Cada rede social tem sua particularidade. Lembrando que muito pode ser feito nessa fase – longa – de agora até o início oficial da campanha, após as convenções partidárias que tem prazo final de realização em 05 de agosto.

Nessa linha de preocupação, como dito, é bom estar atento ao fato de que as pessoas querem saber de suas propostas e opiniões sobre temas atuais, como porte de arma, prisão em segunda instância, penas de morte e prisão perpétua, criminalidade e violência, facções criminosas, corrupção, obras paralisadas, transporte, e especialmente saúde e educação.

Pode ser que mensagens motivacionais com lindos textos, áudios e vídeos maravilhosos sirvam para qualquer coisa, mas nunca para o compromisso político que reverta em apoio ao projeto de se eleger para algum cargo público. As pessoas, para o apoio político, querem saber o que você – candidato -pensa.

 

Lauro Da Mata é advogado.



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