• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

As ressacas da pandemia

            Em março de 2020 surgiu no cenário mundial uma doença causada por um vírus supostamente importado da China. Ainda não se entendia que fosse uma pandemia generalizada no mundo. Acabou sendo. Medidas imediatas na surpresa da pandemia foram duras: lockdown, com fechamento geral da economia, confinamento doméstico, uso de máscara, horários de circulação das pessoas, fechamento das repartições de governo e das escolas, somando-se ainda shoppings centers, redução dos vôos dos aviões e de corridas dos ônibus. Uma série de novos comportamentos da população e uma pesada quebradeira de empresas pequenas e médias.

            Em setembro de 2021, depois de uma série de erros e acertos na medicina e na política, a pandemia diminuiu a força. Mas deixou um mar de problemas que começam a surgir no mundo inteiro. Uma grande ressaca econômica. Tomo a liberdade de citar alguns dos problemas da ressaca. Claro que muitos ainda não apareceram, mas certamente virão: 1- desabastecimento de produtos e de alimentos frente ao crescimento da demanda.

            2- dificuldades de retomada da produção de produtos, bens e serviços em todas as áreas da indústria mundial.

            3- dificuldades na produção de veículos por falta de processadores eletrônicos.

            4- dificuldade na produção de equipamentos industriais em todas as áreas pelas mesmas razões.

            5- dificuldades no transporte do comércio mundial por falta inicial de containers, depois de navios e agora, de gente nos portos pra operar carga e descarga.

            6- dificuldades de gente para descarregar os containers e distribuição das cargas em caminhões. Depois a falta de caminhões e de motoristas.

            7- falta de gente pra ocupar postos de serviços no comércio e na indústria na Europa, EUA, Inglaterra, China, Japão e demais países. No Brasil já está começando.

            8- nova visão da juventude no mundo inteiro que prefere viver com pouco dinheiro mas não acredita no sistema de trabalho, carreira e status social. Isso é uma bomba atômica dentro da economia mundial.

            9- Prevista a insuficiência de fertilizantes para a produção agrícola no Brasil e no mundo. Mato Grosso entra de cheio nessa possibilidade, com graves consequências para a sua economia.

            10- Crises no abastecimento de energia na China, país do qual hoje quase todo o mundo depende no fornecimento de insumos em todas as áreas. Exemplos: fertilizantes, insumos químicos para a indústria farmacêutica, para a indústria de plásticos, para todos os setores industriais.

            11- Desabastecimento de combustíveis oriundos do petróleo e aumento insustentável dos preços do petróleo.

            12- Escassez de energia elétrica e aumentos insustentáveis no uso doméstico, industrial, de serviços e do comércio.

            13- Aumentos insustentáveis nos salários, no preço dos alimentos, dos combustíveis, da energia elétrica, da água e dos impostos.

            Uma série de outros itens podem ser acrescentados a esses. Uma nova leitura econômica no mundo, na forma de dolorosa crise que está a um passo da nossa civilização. Por fim, depois dessa ressaca econômica, virá a ressaca política. Mas esse é assunto pro próximo artigo. Tempos extremamente duros nos aguardam, a partir do fim deste ano e nos próximos dois anos.

 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.

onofreribeiro@onofreribeiro.com.br    www.onofreribeiro.com.br



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