• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

A história se repete

  • Artigo por Alfredo da Mota Menezes
  • 05/08/2021 09:08:27
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A reeleição para presidente deu ou não certo no Brasil? Já tem muita gente contra essa reeleição.  Se uma mudança ocorresse não seria para a eleição presidencial de 2022, mas a partir de 2026.

É que, mostram os fatos, quem está na presidência coloca todo seu esforço somente para ser reeleito. Os casos Dilma e Bolsonaro, por exemplo.

A eleição para presidente seria em 2014. Dilma estava no primeiro mandato e começa a fazer coisas estranhas em Brasília na busca da reeleição. Com aprovação do Congresso, no geral com apoio no Centrão, o mesmo que agora passa a apoiar o governo Bolsonaro, Dilma conseguiu o que queria visando a eleição vindoura.

Um exemplo: desde o governo FHC se obedecia à regra do superávit primário de 3.1% do PIB ou um dinheiro “guardado” para eventuais descaminhos na economia.

Dilma conseguiu, com apoio do Congresso, derrubar isso para que o governo tivesse mais recursos para fazer o caminho da reeleição. Gastou o que não tinha e com essas e tantas outras medidas estranhas ganhou a eleição.

As contas públicas ficaram tão desarranjadas que ajudou na brutal recessão em 2015 e 2016. Fato que acabou engolindo Dilma num impeachment que não tinha nada que ver com a tal pedalada fiscal. O mesmo Centrão que a apoiou, ajudou a derrubá-la.

Agora, no governo Bolsonaro, se vê o enredo sendo montado na tentativa de reeleição. A aproximação com o PP, um dos lideres do Centrão, mostra um novo caminho político. Acabou o discurso de ser contra a velha politica, entrou nela. O toma lá dá cá está na ordem do dia. Ou, de acordo com novas falas do Bolsonaro, de que sempre foi Centrão. Ou de que “me moldei” à atual situação, ou seja, tudo pela reeleição.  

General Heleno falou antes que “se gritar Centrão, não fica um meu irmão”. Agora disse que aquilo foi em outro tempo. Mudou o comportamento e o discurso, o objetivo é a reeleição.

Apoio num partido com capilaridade nacional, PP, com ênfase no Nordeste, lugar que hoje mais apoia Lula.  E talvez se filie a esse partido que tem boa fatia do Fundo Eleitoral para ajudar na campanha presidencial.

O governo, no término do auxílio emergencial, vai turbinar o Bolsa Família, que deverá ter outro nome. Hoje se tem 14 milhões de familiais no programa, deve passar para 17 milhões e aumentar a mensalidade de 190 para 400 reais. Os arranjos e piruetas fiscais, para conseguir esse dinheiro extra, segue a cartilha da Dilma.  Virá um vale-gás também e até cisternas para escolas no Nordeste.

Antes, Bolsonaro e muitos que o apoiam, criticavam o PT por arranjos eleitorais desse tipo. Repudiavam o populismo da esquerda, hoje os da direita seguem o mesmo figurino. Tudo pela reeleição.  

Dilma quebrou o país, se elegeu e foi mandada embora. Bolsonaro, que segue o mesmo modelo, se for reeleito, cuidado lá na frente. Reeleição para presidente é ruim para o país, mostram os fatos.

 

Alfredo da Mota Menezes é Analista Político.

E-mail: pox@terra.com.br   site: www.alfredomenezes.com



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