Estamos mais de um ano distante das convenções e o processo eleitoral de 2022 e já está sendo tudo acelerado com o intuito de bloquear um possível surgimento de novos nomes na arena da disputa eleitoral. Acontece que a lei da evolução também deve ser aplicada à política. Estratégia antiga usada pelas velhas raposas para manter sua reserva de mercado na lameada estrutura política brasileira. Para os velhos caciques mais vale prevenir o surgimento de novas lideranças do que ter que lidar com elas no futuro.
O atual cenário apresenta a esquerda o ex-presidente Lula, que disputou cinco das oito eleições presidenciais desde a abertura política e hoje, completamente envelhecido pelo tempo e pelas ideias, além de rotulado pelos envolvimentos no Mensalão, Lava Jato, entre outras coisas e com uma prisão no percurso. A esquerda tem gente atualizada, melhor e mais limpa para defender seus ideais. Boulos do Psol ou Flavio Dino que saiu do PC do B, governador do Maranhão, além de Rui Costa Bahia, são alguns dos tantos nomes, mas não terão espaço. Sem chance!
Ao centro esquerda podemos ter outro eterno candidato, Ciro Gomes, vencido pelas mesmices dos discursos utópicos e confusos, com uma boa dose de destemperadas e agressivas falas durante o processo eleitoral; um eterno déjà vu. A centro esquerda tem muitos nomes. Só para ficar em três exemplos, tem os governadores Renato Casagrande do Espirito Santo e Paulo Câmara, de Pernambuco, ambos do PSB, além do senador Weverton Rocha do PDT.
Ao centro direita fala-se no senador pelo segundo mandato Tasso Jereissati, ex-governador do Ceará por três mandatos, além de ser filho do ex-senador Carlos Jereissati. Teriam outros nomes, dentre eles o atual governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, mais jovem, mais atualizado, mas sem chance; não deixarão passar.
A direita já tem um presidente candidato que estará com 31 anos de Brasília, Jair Bolsonaro. Embora a direta precise de alguém com mais cérebro para implantar um programa nacional liberal, não terá oportunidade de testar outros nomes com mais capacidade, apesar de ser a ideologia com mais nomes com potencial.
Hoje, dentro do próprio governo teria nomes extraordinariamente mais capazes para o exercício do cargo. Mas, como dizem, sem viabilidade política. Afinal, jamais quem detém o poder deixará ter esta viabilidade. Os ministros Paulo Guedes, Tarcísio Freitas, Tereza Cristina ou mesmo o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, do partido Novo.
Em política, o modo mais fácil de prevenir a entrada de novos nomes nas disputas são rotula-las antes que apareçam aos olhos do público. Daí os ataques ao Luiz Henrique Mandetta, Sérgio Moro, Luciano Huck, João Doria e etc... É a técnica de matar no ninho.
Verifiquem que usando apenas nomes de pessoas que já estão na política seria possível renovar. Agora, imagina nomes de brasileiros e brasileiras super capacitados que estão fara dos circuitos político partidários de Brasília que poderiam ser candidatos? Entendem o porquê de antecipar o pleito? É a fórmula mais eficaz para fechar portas e não permitir a renovação! Se para Pitágoras a “evolução é a lei da vida”, para velhos políticos sentados nos mandatos a evolução é a lei da morte.
Por isso Peter Druker afirmou que “as únicas coisas que evoluem por vontade própria em uma organização são a desordem, o atrito e o mau desempenho”.
João Edisom é Analista Político, Professor Universitário em Mato Grosso.
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