Nesse momento de dinheiro curto para obras talvez os projetos maiores do governo federal estejam na concreta possiblidade de sair duas ferrovias e a extensão de uma outra, todas em MT. Ferrogrão no Nortão, Fico no Araguaia e a extensão da Rumo de Roo para o Nortão passando pela Baixada Cuiabana. Todas as obras com capital privado.
A do Araguaia, com dinheiro da concessão da Vale do Rio Doce, não tem polêmica, mas as duas que pretendem ir para o Nortão tem um puxa pra lá e pra cá que está crescendo. Isso estava mais em MT. Agora começa a ir para o plano nacional também. Tomo emprestado trechos de uma matéria da revista Veja sobre o assunto, assinado por Robson Bonin.
O titulo já mostra um novo momento sobre essas duas ferrovias: “Ferrogrão de Tarcísio abre o ano sob fogo pesado no MT”. Diz que Tarcísio Freitas, Ministro da Infraestrutura, e a Rumo caminham para algum tipo de confrontação. Que o ministro, ao dar espaço para a Ferrogrão, açulou o outro lado. Que não há ainda um confronto público, se dá mais “pela imprensa local e a partir de manifestação de políticos de MT”. Refere à fala de Jaime Campos, dias atrás, que chamava a atenção do Ministro sobre a pouca atenção dele ao desejo de se ter uma ferrovia que passe pela região de Cuiabá. A Rumo passaria, Ferrogrão não.
De volta à matéria da Veja: “o governo (federal) acompanha a evolução do noticiário, no MT, hostil ao projeto Ferrogrão e atribui os ataques a Freitas ao lobby da concessionária”, no caso a Rumo. Termina dizendo “que a guerra foi aberta e Freitas está pronto para a luta”.
O assunto, que estava mais em MT, agora passa também para a opinião pública nacional. E vai aumentar ao longo do tempo. Um reparo à matéria da revista semanal, não há hostilidade aberta na mídia local contra a Ferrogrão. O que existe são manifestações para que Cuiabá possa ser contemplado com um ramal ferroviário. E, no caso, somente a Rumo, se for para o Nortão, poderia fazer. Mas não é contra a Ferrogrão.
Esta coluna, como exemplo, sempre defendeu as duas. Que se estabeleça a competição entre elas. Que busquem cargas no Médio Norte e Nortão e estabeleçam uma disputa por frete. O produtor rural ganharia, teria mais dinheiro para investir no estado. Também foi dito que se duvidava que as duas fossem competir entre si. Que isso não faz parte do capitalismo brasileiro.
O que interessa neste momento é que o assunto já é nacional e também saber como vai se posicionar o governo federal. Brasília concorda ou vai impedir que o governo de MT dê a concessão do trecho Roo-Lucas? Não esquecer que a ALMT aprovou norma que daria poder ao governo do estado em dar a concessão por ser trecho estadual e não nacional. Tarcísio pensa diferente? Bolsonaro defende as duas ferrovias ou só uma. Qual?
Alfredo da Mota Menezes é Analista Político.
E-mail: pox@terra.com.br Site: www.alfredomenezes.com
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