Escrevi ontem neste espaço o artigo sob o título “Silêncio geral” onde critiquei as entidades representativas dos chamados setores produtivos da economia de Mato Grosso. Nessas crises política em que a gestão Pedro Taques se confrontou com os servidores públicos, as entidades não se manifestaram como nada tivessem a ver com consequências. Insistentes perdidos, greve por aumentos salariais e sucessivas atitudes pelas mesmas razões, num ambiente nacional de crise econômica.
O espírito do artigo foi o de chamar a atenção do setor produtivo pra se posicionar na medida em que a crise orçamentária do estado não pode ficar exclusivamente ao sabor de aumentos salariais e pressões políticas dos servidores públicos.
A propósito recebi da leitora Rosimeire Bastiani da Costa Ritter o e-mail que transcrevo a seguir, em resposta ao artigo.
“Gostaria aqui de informar ao nobre jornalista que a única arma do servidor público é sua união nas manifestações e dessa arma não vamos abrir mão. Nós trabalhadores estamos sendo duramente atingidos neste momento de crise política, ética e de valores. Somos vítimas do descontrole e da incompetência da gestão governamental.
O Estado de Mato Grosso é conhecido como o celeiro do país, campeão na produção de soja, milho, algodão e de rebanho bovino. Em pouco mais de uma década, o PIB estadual passou de R$ 12,3 bilhões (1999) para R$ 80,8 bilhões (2012), representando um crescimento de 554%. Neste mesmo período, o PIB brasileiro aumentou 312%, segundo dados do IBGE. Grande parte deste desempenho positivo vem do campo.
Temos que voltar nosso olhar para o que realmente é necessário. Em maio, o Governador Pedro Taques apresentou dados econômicos de Mato Grosso, reforçando que a Reforma Tributária é necessária e urgente. “Venho de um Estado que tem 1,6% da população do Brasil. Mato Grosso deixou de arrecadar R$ 39 bilhões em ICMS por conta da Lei Kandir. A União só nos devolveu R$ 5 bilhões por meio do FEX. O Brasil exportou, do agronegócio, R$ 100 bilhões de dólares. Mato Grosso exportou R$ 16 bilhões de dólares e ainda assim nosso superávit foi de R$ 13 bilhões. Precisamos tratar disso com responsabilidade e não podemos aguardar mais”, afirmou. Isso sim é necessário.
Além do mais, nós servidores públicos, de todos os poderes não estamos imunes aos desmandos e agressões e também sofremos os efeitos das manobras que vão se sucedendo e são empurradas sobre os brasileiros, sob o manto da crise econômica e de um suposto déficit do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O governo tenta aparecer como salvador da previdência, apresentando uma reforma estapafúrdia, que penalizará quem já deu sua contribuição, quem está contribuindo e quem futuramente contribuirá com nossa nação.
Somos contra toda reforma apresentada pelo Governo na tentativa de acabar com direitos dos trabalhadores. Queremos sim ser ouvidos e prezamos pelo diálogo e negociação, jamais empurrar goela abaixo as reformas para beneficiar apenas o poderio econômico. Servidores UNI-VOS.”
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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