No último sábado assisti a um talk show do escritor, historiador e professor israelense, Yuval Harari. Um dos mais coerentes no mundo atual na compreensão das transformações pelas quais o mundo passa. Ele cita uma delas, a que me chamou mais a atenção: o fim das ideologias e a sua substituição por algo como uma ditadura digital. O conceito de democracia como conhecemos, morreria e no lugar surgiria essa ditadura digital.
A China tem hoje em média 6 câmeras por pessoa. Elas identificam por expressão facial, por gestos e até pelo caminhar da pessoa. Cada infração que ela cometer perde pontos num cadastro de conta corrente até perder tudo e ficar sem direito aos serviços públicos até mesmo água e energia em casa. No resto do mundo não é tão ostensivo. Mas não é muito diferente.
Nesse ambiente em que morrem os parâmetros que nortearam a montagem da política de Estado, de partidos políticos e da representação pelo voto cabem infinitas perguntas. Vamos a duas delas.
A primeira: nesse ambiente de representação falida, onde fica o voto? Haverá necessidade dele? E que papel terão aqueles que de algum modo ocupem tais funções? Lembrando que possivelmente teremos eleições municipais em 2020.
A segunda pergunta diz respeito aos cidadãos e à economia. O Banco Mundial fala que sairão da crise 2,7 bilhões de pessoas desempregadas, que representam 81% da população economicamente ativa do mundo. E fala também que em 2020 o PIB brasileiro cairá 5%. É um terremoto incalculável. Na época da ex-presidente Dilma, foi 3,5% e quebrou todo mundo. Agora o Estado também estará quebradíssimo. Opa. O país entrará em parafuso!
O mundo também entrará em parafuso.
Aqui cabe a reflexão final. Se tivermos esse ambiente econômico, o caos social e ainda as eleições no Brasil, que tipo de politico se espera que venha a ser eleito? O que temos é lamentável!
Vamos continuar conversando e prestando atenção. O novo mundo não caberá mais omissões e alienação de todo mundo. Grandes mudanças trazem junto grandes tragédias antes de acontecerem!
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.
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