O próximo ano nunca esteve tão próximo como agora. E não estou falando de calendário, o que seria muito óbvio e redundante. Estou falando do debate eleitoral. Com a soltura do ex-presidente Lula, é bem possível que ocorra um desvio daquilo que é a essência das eleições municipais: os problemas da cidade e do município. É possível que o debate possa ser polarizado entre os lulistas e bolsonarista. Será uma pena e uma perda enorme se isso acontecer.
Os futuros novos dirigentes municipais (Prefeito e Vereadores) terão pela frente desafios que exigem uma nova postura, um novo projeto gestor para além dos velhos moldes existentes. É provável que o novo gestor municipal tenha que escrever uma reforma previdenciária. Não estranhe, é o gestor, sim, uma vez que pouquíssimas Câmaras de Vereadores terão condições, em termos de recurso e conhecimento técnico, para fazer este debate, embora seja ela quem vai aprovar.
O novo gestor deverá trabalhar com um orçamento mais “gordo” não somente em função das reformas em curso, mas de um novo pacto federativo que deverá entrar em vigor na próxima gestão. Se não cuidar bem esta sobra vai para abastecer o corporativismo das atividades meio e o cidadão comum ficara “a ver navios”.
Municípios que não elegerem gestores capazes de fazer bons projetos e que não tenham capacidade técnica e intelectual para os grandes debates irão ficar a reboque do desenvolvimento; e com um agravante: poderão representar décadas e mais décadas de atraso para sua cidade, afinal o “cavalo arreado” deve passar entre os anos de 2020 e 2023. Depois sabe se lá Deus quando voltará novamente. Somente com novas reformas.
Esta decisão está em primeiro lugar nas mãos dos partidos, uma vez que são oficialmente estes quem determinam que será candidato. Se insistirem em lançar populistinhas bem vistos para vencer as eleições, quem vai pagar a conta é a cidade inteira e suas futuras gerações. Em segundo é o povo (eleitor), porque é este que faz a escolha final. Se for buscar gente “simpaticazinha”, “jeitozinha” e amiga de todo mundo vai se dar mal.
O município que não quiser ficar para trás, terá que escolher o próximo gestor calcado na competência e na vontade de trabalhar, não é hora de aventuras e nem de fazer experiências. Isso não significa que terão que apelar para as “velhas raposas”, mas não tenho dúvidas que nos próximos anos vamos dividir os municípios entres os atrasados (que perderam o bonde da história em 2020) e os que se desenvolveram a partir da gestão de 2020.
João Edisom de Souza é Articulista, Professor de Ciências Política, Consultor Político, Gestor de Comunicação, Imagem e Crise, Comentarista político da rádio Jovem Pan, jornal da manhã.
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