• Cuiabá, 07 de Julho - 00:00:00

Quem não frauda, não participa da farsa

O encontro/congresso estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), aos dias 20 deste mês, basicamente servirá para votar na nova direção.

Praticamente não haverá espaço de fala aberta, pois definiram apenas um dia para o evento, exatamente para interditar o debate. 

Uma parte considerável dos delegados serão fruto de votos fraudados que foram totalizados como válidos. 

Não temos como saber a dimensão da escala de trapaça em assinaturas fabricadas no ritmo fordista, para beneficiar principalmente o campo majoritário,, como foi o caso de Terra Nova, com o "fenômeno" de 194 votos para CNB contra 0 de todas outras chapas, sem brancos e nulos, com inúmeras assinaturas falsificadas. 

Assim como Terra Nova, cerca de 50 municípios só disponibilizaram a lista de presença dos votantes ao final dos prazos recursais, obstruindo qualquer checagem a tempo e a modo por direito devidos. 

Descumpriram o regulamento eleitoral e cometeram crime tipificado no Código Penal, em benefício próprio, ocultando documento privado, até que, em tese, não desse mais para suscitar as fraudes, segundo entendimento de alguns neófitos, juridicamente falando. 

Esse argumento, de intempestividade, utilizado pelo presidente estadual do partido, Valdir Barranco, usando seu cargo para defender o irmão, Claudemir Barranco, presidente do PT em Terra Nova - candidato à reeleição e presidente da mesa de votação, tipo Bombril, mil e uma utilidades, ou Sérgio Moro, batendo escanteio, cabeceando e pegando no gol, perante a imprensa, é falacioso e teratológico. 

Ele está muito mal assessorado juridicamente, até politicamente. Em Direito, é pacífico que fato novo do qual a parte não tinha como ter ciência e consciência anteriormente, por culpa de terceiro, principalmente dos suspeitos de engendrarem e executarem dolosamente atividade criminosa, sem arrependimento eficaz, pode ser comunicado a qualquer tempo no processo, na instância que estiver, sobretudo no duplo grau de jurisdição, como é o caso. 

Enfim, tendo feito essa contextualização de ordem técnica, da qual desafio os advogados dos suspeitos rebater ou debater publicamente diretamente comigo, passo a tratar da questão política. 

Penso que a participação das tendências e campos políticos, que somaram 35% dos votos válidos, na eleição do Diretório Estadual, nessas circunstâncias de absoluta impunidade até aqui e triunfo da criminalidade, ajudará a convalidar as fraudes, eis que estaremos voltando ao lado dos fraudadores e farsantes.

Igualmente vai legitimar a eleição, em que o campo majoritário não teria 65% dos votos, não fosse morto ressuscitando para votar ou eleitoras votando de Florença, na Itália, por psicografia, provavelmente encarnadas no presidente da mesa de votação, Claudemir Barranco, irmão do deputado Valdir Barranco, enquanto dormiam depois de comer uma macarronada ou lasanha, sendo esses dois casos emblemáticos, dentro de uma coleção de outros já comprovados materialmente. 

Então, quero propor que quem não praticou fraudes e não é conivente com elas, em ato de denúncia e protesto, não participe dessa farsa, não vá no encontro/congresso estadual, principalmente os delegados que não estão com as mãos sujas pelas tintas dos bicos de pena usados para golpear o pleito, como ocorria na República Velha, comandado pelos coronéis, a partir dos "Engenhos" e dos "Barrancos". 

Nossos eleitores, decepcionados e irresignados com os acontecimentos, sentirão representados por nós. 

A decisão do Diretório Nacional de deixar as cerca de 400 denúncias de fraudes para depois das arenas regionais, inclusive, contra a previsão regimental, parece que não deixou alternativa. 

Caso contrário, apenas seremos uma oposição útil para "esquentar" a fraude.

Proponho o mote: "Quem não frauda, não participa da farsa!" 

Boicote geral, para o bem do Partido dos Trabalhadores (PT), a fim de escancarar quem são os fraudadores.

 

Paulo Lemos é advogado filiado no PT



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