• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

Em meio ao turbilhão das dívidas, aprenda a se programar para ficar no "azul" em 2019

Que o cenário econômico vivenciado nos últimos anos no país fez com que o orçamento de muitas famílias virasse uma verdadeira "gangorra" financeira, todo mundo sabe. Para quem dependia de um salário fixo e perdeu o emprego, bastou um mês para que as contas começassem a cair num efeito cascata de atrasos e inadimplência. Situação ainda pior para quem demorou a se recolocar no mercado de trabalho ou ainda está a procura.

Uma pesquisa divulgada no último dia 12 de novembro pelo Banco Central, mostra que o número de brasileiros inadimplentes equivale a quase um terço da população adulta do país. O número só não é ainda mais assustador porque os dados da inadimplência consideram apenas as contas atrasadas há mais de 90 dias.

Como tradicionalmente acontece na economia, o cartão de crédito aparece no topo da lista dos endividados. Em Cuiabá, os números da inadimplência são quase que um espelho do cenário nacional. Segundo a última pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio, 61,7% dos cuiabanos estão endividados. Em números absolutos, são 119.906 famílias que possuem contas atrasadas.

Mas o que muita gente não sabe, é que, com um bom planejamento financeiro, é possível começar a respirar mais aliviado em 2019. Algumas medidas práticas podem desafogar o orçamento familiar e até permitir que você tenha aquela tão sonhada reserva na conta bancária.

Não é mágica e nem milagre. Lidar com a economia familiar não é nenhum bicho de sete cabeças, mas, precisa sim de uma nova mentalidade do consumidor em relação ao dinheiro. Adotar novos hábitos financeiros possibilita o equilíbrio das contas e ainda permitirá com que você usufrua de maneira mais satisfatória do seu dinheiro. Vamos às dicas?

1-Organize todas as suas dívidas

Parece muito óbvio, mas a verdade é que muitas pessoas sequer sabem dizer o quanto estão devendo atualmente. Impossível sair do vermelho sem antes ter uma visão clara da sua situação financeira. Por isso, se possível coloque tudo numa planilha no computador, ou se preferir, anote tudo no papel.

2-Avalie os juros de cada dívida

Os juros são como um vírus que se multiplica rapidamente e, se não for controlado, vai destruir suas finanças.  Avalie com muita atenção qual a dívida está cobrando o maior juro e se organize para estancar esse "saco sem fundo" de cobrança sobre seu orçamento. Ok, entendido. Mas como fazer isso?

3-Renegocie

Dívidas que entraram nesse looping de juros sobre juros, precisam ser renegociadas com juros menores. Uma alternativa são empréstimos a juros menores para quitar o "monstrengo" anterior. É tipo aquele ditado: "dos males, o menor". Parafraseando: "dos juros, o menor". Você pode estar aí se questionando: como pagar uma dívida, se não paguei antes justamente por falta de dinheiro? Aqui vai mais uma dica de ouro!

4-Busque novas fontes de renda

Como disse anteriormente: economia não é mágica e dinheiro ainda não nasce em árvore. Sendo essa a triste realidade, tenha uma atitude ativa quanto ao seu orçamento. Seja criativo! A busca pela renda extra é uma excelente alternativa para que suas contas entrem novamente no azul. Isso vai desde vender brigadeiro ou aquele bolo caseiro que é receita de família para seus amigos, colegas de trabalho, ou até àquele bico de motorista de aplicativo nas horas vagas. Vale o que sua disposição mandar, você só não pode ficar parado.

Aproveitando a onda de ditados populares, com sua licença, vou encaixar mais um aqui: "no pain, no gain" ou numa tradução literal: "sem dor, sem ganho". Entenda que, por um período, você vai precisar se esforçar mais para alcançar os resultados desejados, mas, acredite, valerá à pena voltar a ser o dono do seu dinheiro.

5-Planeje!

Com essas dicas, em poucos meses você deverá sair do vermelho, mas não pense que seu novo estilo de vida parou por aí. Você não pode reorganizar seu orçamento, só para poder desorganizar novamente em pouco tempo. É preciso uma nova mentalidade de gastos. A primeira regra, também óbvia, porém muito desprezada é: nunca gaste mais do que ganha! Limite de cartão de crédito não é para ser usado em contas habituais, do seu orçamento. Se você não consegue resistir à tentação, passe a tesoura no famoso dinheiro de plástico! Se não quiser ser tão radical, vá ao banco e peça ao seu gerente para reduzir significativamente o limite do cheque especial.

Antes de gastar o que ganha, faça um bom planejamento de todas as despesas da família. Inclua gastos com despesas fixas, sem esquecer do lazer, afinal, gastando com sabedoria, você terá mais para as coisas que realmente importam! Siga essas dicas e feliz orçamento novo para você!

 

Evaldo Silva é economista e membro do Conselho Regional de Economia de Mato Grosso e do Conselho Federal de Economia.



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