A história política do agronegócio em Mato Grosso é recente. Começou com a eleição do senador Jonas Pinheiro, em 1994. Ele assumiu problemas gravíssimos do setor como dívidas sem pagamento e crédito rural. Em 2002 ainda senador apoiava o agronegócio. Morreu em 2008. Mas não estava só. Em 2002 o setor elegeu o governador Blairo Maggi e iniciava uma nova fase política do setor. Em 2010 o elegeu senador e já tinha alguns deputados federais. Ministro e deu forte repercussão ao setor no país e no mundo. Neri Geller, secretário-geral do Ministério da Agricultura assumiu o ministério.
Nas eleições de 2018, o setor se dispersou. Talvez acreditando na sua força econômica está atirando pra todo lado. Deixou de lado a estratégia de manter uma representação política adequada nos parlamentos estadual e federal. O espaço deixado pelo senador Blairo Maggi que diz estar voltando pra casa, deixou um vácuo. Hoje o setor do agro tem dois candidatos a senador: Adilton Sachetti e Carlos Fávaro. Tem o vice Rui Prado na chapa do governador Pedro Taques. Nilson Leitão navega em diversos barcos, mas não chega a ser o representante exclusivo do setor, apesar de ter sido no presidente da Frente Parlamentar da Agricultura no Congresso Nacional.
O agronegócio poderá apoiar três candidatos específicos do setor: Carlos Fávaro, Adilton Sachetti e Nilson Leitão. O ministro Blairo Maggi que tem a maior força de comando do setor, definiu-se por Sachetti apesar de ter assegurado apoio a Fávaro e de tê-lo considerado como seu substituto natural.
A História tem mostrado erros que mais tarde são considerados primários. Em geral são frutos do amadorismo em decisões importantes. Por detrás, também, costuma ter arrogância e certezas incertas.
O agro vai pra eleição de governador sem apoio formal e na dos senadores parece estar errando feio ao dispersar apoios sem objetividade. O preço disso pode ser muito alto, porque nos próximos anos Mato Grosso dependerá muito do agro e o Brasil muito do Senado Federal por meio de senadores lúcidos. Um país novo parece renascer depois do furacão dos últimos tempos.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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