• Cuiabá, 18 de Janeiro - 00:00:00

Conceito Eleitoral nas Pesquisas

O marketing é a leitura do comportamento dos eleitores e todo sucesso é concebido através de pesquisas. Porém, não é tudo, é apenas uma parte de todo o processo.

A pré-campanha é onde a pesquisa tem mais importância, pois é nessa fase que o pré-candidato está afinando o seu discurso. É nesse momento que o pré-candidato vai evoluir o seu discurso, o seu arquétipo…, pois 90% do que o politico sabe sobre o eleitor pode estar errado. Eu te pergunto, você sabe como o seu eleitor pensa? Como ele frequenta os meios digitais? Quais suas dores? O que ele quer ouvir e o que ele tem vontade de dizer?

Há uma lógica , há um certo pragmatismo, o eleitor se movimenta com o bolso, o estômago, o coração e o cérebro, respectivamente, por isso temos que nos colocar no sapato do eleitor.

Uma questão muito importante, também, é saber se a história do candidato o qualifica para pleitear um cargo ou para uma reeleição, pois já sabemos que, se a aprovação for abaixo de 50% , dificilmente ele conseguirá se reeleger ou mesmo transferir os votos para alguém do mesmo grupo. Isso é parte importante das pesquisas que consegue nortear o candidato.

Precisamos saber como o eleitor vai agir em 2018, pois sabemos que vai ser muito diferente do pretérito.

Marketing é muito mais que isso, é saber fazer a leitura das pesquisas. Eu não sou pesquisador mas aprendi a ler, decifrar e entender de que forma iremos caminhar.

As pessoas estão cansadas dos políticos tradicionais, existe uma procura gigante pelo novo, pela mudança, por isso a necessidade de pesquisas, pois hoje vivemos um divórcio entre a sociedade com a velha política eleitoral. Isso é real e é o que estamos vivendo.

Toda corrida eleitoral deve ser conduzida conforme o pensamento, a lógica do eleitor.

Se nós analisarmos as pesquisas mais recentes, elas ainda não são capazes de definir o cenário eleitoral, porém elas são capazes de revelar as tendências dos eleitores, principalmente por conta da indecisão deles.

Os nossos políticos estão perdidos, no momento atual, pois a maioria dos números e porcentagens dos números já mudou. Você sabia que antes a saúde , a educação estavam no topo e hoje isso já despencou e subiu a corrupção. Você sabia que a sonegação é sete vezes maior que a corrupção? Vejam , eu acho importante ter um núcleo para analisarem os detalhes, para podermos enxergar o cenário atual; acompanhar as pesquisas é muito importante no processo pré e eleitoral para a afinação do discurso e para um maior entendimento.

Hoje vivemos uma crise caótica e o eleitor deverá cobrar muito o candidato, mesmo através das redes sociais, e entender a conversa e entender essas pessoas é muito importante para conseguir resultados positivos.

Os critérios para a legitimação política neste ano vai ser muito diferente por conta de todas essas rupturas e escândalos que estão acontecendo.

Hoje, mais do que nunca, precisamos não apenas ser honestos, precisamos parecer honestos. Os eleitores não vão permitir mais abusos, eles querem ter experiência, querem participar.

Temos aqui alguns fundamentos para as próximas eleições, tais como:

-Polarização e confusão ideológica

-moral e bons costumes

-velho e o novo

-renovação, a qual não será tão fácil, mas é o que a população espera.

Existem algumas dificuldades gigantes para aqueles que estão saindo agora pra concorrer , eles vão nadar totalmente contra a maré, pois estarão concorrendo com alguém que está fazendo campanha há 4 anos , que está mobilizando as lideranças há 4 anos , que está usando a máquina pública há 4 anos, que esta fazendo propaganda há 4 anos. O TSE mais uma vez se superou em criar mecanismos pra perpetuar o status quo . Mas o poder da internet é muito difícil de mensurar , dai eu enxergo que ai esta a saída para quem está saindo agora, pois quem decide o voto se orienta pelas redes sociais , por ai o eleitor vai conhecer sua história e seu programa de governo , vindo a fortalecer o seu processo.

As pesquisas indicam que o novo eleitor está desqualificado em se relacionar com os partidos, ele está conectado , ele confia mais nos amigos do que nos políticos , é mais colaborativo, mais interativo, mais inquisitivo…, pois o eleitor do passado envelheceu e agora o novo fará a diferença , dai fazer uma leitura correta desse novo cenário é necessário . Outro público a ser trabalhado de forma diferenciada é a mulher. E, por fim, a segmentação é tudo , através de conteúdo relevante e o impulsionamento por geografia, demografia, hábitos, lifestyle e por aí vai, analisando e fatiando.

O candidato tem que mostrar e ter uma história que o capacite pra resolver o problema do eleitor. O candidato que sair na frente no corpo a corpo, criando conteúdo relevante para a divulgação, a vestimenta, o arquétipo, sai com vantagem.

O maior problema não estará no budget e nem no tempo e sim com o relacionamento no digital.

Finalizando, a pesquisa resolve a miopia do candidato, mostra a realidade, possibilita o afinamento do discurso.

Uma boa pesquisa tem que ser feita com alguém que tenha experiência, repito, EXPERIÊNCIA, que faça trabalho de política, que tenha um antropólogo , um sociólogo, alguém que domine, alguém que consiga ler nas entrelinhas. Outra coisa , que tenha objetivos claros, perguntas corretas. Mais uma vez, faço questão de ressaltar que não faço pesquisa e não tenho instituto, apenas compro e interpreto.


Cláudio Cordeiro é Publicitário/Marqueteiro/Advogado. Publicista do Festival Internacional de Propaganda-ALAP. Diretor da Gonçalves Cordeiro. Membro da ABCOP/FENAPRO/SINAPRO-MT.



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