O Dia do Trabalho é motivo de comemorações e reivindicações. Nada mais justo. Trabalhar é uma prazer se realizado dignamente. E não é raro que passemos mais tempo no trabalho do que com a família. Por tudo isso, escolher no que trabalhar, sempre que possível, é um exercício de cidadania.
Selecionar uma profissão na qual se pretende trabalhar constitui um passo essencial para se ter uma existência melhor. Vamos supor, por exemplo, que alguém queira ser professor, algo cada vez menos comum nos dias de hoje perante as condições salariais e de trabalho.
Para despertar alguém para essa carreira, é preciso que os estudantes, principalmente no ensino médio, tenham bons exemplos a seguir. Não se trata de copiar modelos, mas de ter paradigmas de pessoas que não precisam ser perfeitas, mas sim comprometidas com aquilo que fazem, tendo conteúdo, método de ensinar e opiniões fundamentadas.
Se o aluno conhecer um professor rígido na cobrança, mas sem ser grosseiro; carismático, mas também rico em conteúdo; e irônico, no sentido de rir de si mesmo e do mundo, mas sem perder a qualidade do que ensina, terá exemplos. E é isso que o professor pode ser: um espelho carinhoso, uma opção a seguir. Por isso, o Dia do Trabalho pode - e deve, com profissionalismo e lirismo - ser confundido com o Dia do Professor.
Oscar D'Ambrosio é mestre em Artes Visuais, doutor em Educação, Arte e História da Cultura e Assessor-Chefe de Comunicação e Imprensa da Unesp.
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