Os EUA é a maior potência mundial quando falamos dos impactos que causa nos demais países. Muito pela sua capacidade econômica e bélica de interferência internacional no mundo. O Brasil e os brasileiros também ficam impactados com os acontecimentos na América do Norte. Tanto que durante o pleito de 2020 temos torcida, movimentos, choro e comemoração por aqui. Mas o que poderá nos afetar para o bem e para o mal a confirmação da vitória de Joe Biden?
Primeiro precisamos entender que o governo do presidente Donald Trump nunca facilitou nossa vida (Brasil). Amizade (Jair Bolsonaro) é uma coisa e negócio foi outra coisa. O governo americano não ajudou em nada além dos elogios. Porque comercialmente foi e ainda é bastante desfavorável a nossa economia.
Temos que ressaltar também que os democratas americanos sempre olharam muito para o próprio umbigo e isto os faz sempre desenvolverem políticas que não contribuem em quase nada com os aspectos econômicos dos países da América Latina. Ou seja, sempre foram doces no trato e amargos na economia.
A vitória de Joe Biden vai significar sim mais apertos nas questões ambientais e no tocante aos direitos humanos. E não há esperanças que do ponto de vista comercial teremos refresco. O que realmente deve mudar e já está mudando é o tom dos discursos e negociações, saindo de um linguajar mais brusco para um linguajar mais ameno devido a personalidade do novo gestor americano.
As relações comerciais em geral são regulamentadas e tratadas por mecanismos internacionais, logo não há motivos para alarmismo. O que deve ser pensado são nossos sistemas de produção e condução de algumas políticas, como a ambiental e as dos direitos humanos, que muda muito mais no discurso do que na prática. Isso exigem uma maior polidez quando se falar do assunto.
Pressão por pressão já sofremos e continuaremos a sofrer muito mais pelo jogo da concorrência do que como de interesse nos modos de produção. Mas há, sim, necessidade de acender uma luz de alerta e revermos nossas publicitações e investimentos nestas duas áreas sensíveis que implicam diretamente nos modos de negócios e consumos dos nosso clientes a médio e a longo prazo.
Não é apenas a eleição americana que deve nos interessar. Precisamos enxergar o mundo além dos nossos parceiros comerciais. Temos que ter necessariamente um olhar abrangente para entender a política global para além de um único país ou bloco econômico. A política dos EUA é muito importante, mas não é a única quando falamos de consciência futura de mercado. Mato Grosso está no centro destes temas. Exportamos alimentos, logo ambiente e política indígena serão temas constantes, atrapalhando ou ajudando, depende da gente e de nossas politicas! Sem grandes preocupações, mas atentemos para não sermos pegos de surpresa.
João Edisom é Analista Político, Professor Universitário em Mato Grosso.
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