• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

O mal de Temer

“As pessoas perguntam qual é a diferença entre um líder e um chefe. O líder trabalha a descoberto, o chefe trabalha encapotado. O líder lidera, o chefe guia”. Esta frase foi dita pelo então presidente americano Franklin Roosevelt, que governou os Estados Unidos de 1933 até 1945, tendo o mais longo mandato naquele país.

Olhando para o Brasil após a Câmara dos Deputados rejeitar a segunda denúncia contra Temer, um ex-presidente em atividade, faz-nos refletir sobre o período que resta, já que ele deverá ocupar a cadeira até o dia 31 de dezembro de 2018.

Usando um frase de outro estadista americano, Abraham Lincoln, que afirmou que “ninguém é suficientemente competente para governar outra pessoa sem o seu consentimento”, podemos concluir que já estamos no período do sem governo, apesar dos 15 meses que resta, uma vez que Temer não terá força para conduzir as reformas necessárias justamente por ter perdido a gestão sobre os parlamentares que por ora o salvaram. O rei ficou na mão dos súditos.

Na outra vertente está uma oposição sem nenhum projeto para o Brasil a não ser apenas o desejo de retomar o poder. Prova disto é que não possuem candidato. Torcem e trabalham para o quanto pior melhor. Escondem a destruição que causaram na recente passagem pelo poder, inclusive na aliança que deixou o então vice em dois mandatos ser a pessoa constitucionalmente apta para substituir a titular em caso de vacância do cargo. Essa oposição ainda vive da ex-esperança chamada Lula, já desatualizado, idoso, doente e tresloucado pelo desejo de vingança sobre os que o acusam.

A situação foi incapaz de produzir um líder em quinze anos. Seguindo a lógica de Franklin Roosevelt, temos muitos chefes pré-candidatos, mas nenhum líder. Ninguém que represente um projeto Brasil com planejamento em áreas essenciais com economia, segurança, educação e saúde. Alguém precisa avisar a direita, o centro e os bolsonaristas que ter ódio do PT e/ou do Lula não é projeto, isso é apenas sentimento de revolta.

Se somarmos o ódio que o Lula e o Lulismo naturalmente sentem dos que pensam diferente deles e somarmos ao ódio que seus possíveis adversários sentem dele, teremos uma eleição em 2018 transbordando de ressentimentos, achincalhamentos e desqualificação dos oponentes. E o Brasil? E o Temer será pauta na eleição? Golpista, entreguista, privatista, elitista? O que isso contribuirá com um Brasil melhor? Nada!

Voltando a outra frase, desta vez do ex-líder indiano Mahatma Gandhi, “aquele que não é capaz de se governar a si mesmo não será capaz de governar os outros”. Nosso calvário vai longe e não duvido que apareça alguém dizendo que está com saudade da época que não tínhamos um desgoverno, ou seja, saudades do Temer.

Portanto, padecemos do mal do chefe Temer. Uma vez que não há liderança no ódio. No máximo teremos chefes embasbacados pela sua própria vaidade, pelo sabor da vingança, mas a sociedade que não se educa, não se organiza termina sendo governada pelos conchavos e arroubos dos mal educados. O Temer acabou, mas as pessoas continuarão existindo.

O Brasil não pode se apequenar nas mãos dos Lulas, Bolsonaros, Marinas, Aécios e Temers somados a outros aventureiros e personalistas do ego. Denunciaram e prenderam muita gente, mas não temos um eleitor melhor, o povo brasileiro ainda é o mesmo, logo não produzirá políticos melhores com o comportamento social que temos. Repensamos agora ou sofremos mais um impeachment lá por volta de 2020.

 

João Edison é Analista Político, Professor Universitário em Mato Grosso.



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