• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

Evo, ZPE e Fiemt

  • Artigo por Alfredo da Mota Menezes
  • 20/10/2017 07:10:27
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Comenta-se que Evo Morales, presidente da Bolívia, não fez o lançamento, no dia 23 de setembro passado, do inicio do asfaltamento da rodovia entre San Inácio e San Matias porque o Michel Temer não pode ir ao evento. Comenta-se também que Evo tem encontro em Brasília com o Temer no dia 30 deste mês. Supõe-se que vai tratar desse e de outros assuntos.

Outro seria a renovação do acordo de compra de gás pelo Brasil que vence em 2019. Os bolivianos temem que o Brasil, com o aumento nacional de produção de gás, talvez não necessite tanto do que vem hoje da Bolívia. É crucial para a economia daquele país essa venda.

Fala-se ainda que o Evo poderia tratar da venda de gás para a termelétrica em Cuiabá, também que os bolivianos teriam interesse em serem sócios dessa produtora de energia. A venda de ureia da Bolívia para Mato Grosso pode ser outro tema.

Evo está indo falar com alguém que ele acusava de golpista por ter empurrado Dilma Rousseff fora do governo. Interesses econômicos falam mais alto, portanto.

Se esse encontro acontecer seria útil que Pedro Taques arrumasse uma maneira de estar em Brasília nesse dia de olho nessa pauta de interesse para o estado. O interesse maior é no asfalto da rodovia que vai para Santa Cruz de la Sierra. Ela viabilizaria a ZPE em Cáceres ao abrir caminho para escoar produtos da agroindústria dali.

Por falar em agroindústria, me permita puxar a Fiemt para esse assunto também. Desde o surgimento da Famato e Aprosoja a Fiemt deu uma mergulhada. Talvez seja tempo da Fiemt assumir mais protagonismo na ampliação da agroindústria no estado. No momento, a base está na ZPE.

A Fiemt poderia, por exemplo, cutucar a Assembleia Legislativa para aprovar as leis complementares para a ZPE, como as que diminuem o ICMS sobre energia elétrica, telecomunicação e transporte. Poderia ainda trabalhar a bancada federal para aprovar a lei que aumentaria o percentual de 20% para algo como 50% para a venda de produtos da ZPE internamente.  

Não se pode acreditar que ainda tem gentes na Fiemt com a tese de que com a lei Kandir acabaram as vantagens de uma ZPE. Esta lei tira ICMS sobre bens exportados, inclusive da agroindústria, mas ela não permite comprar máquinas e implementos no exterior, como numa ZPE, com taxação menor. Ela também não abaixa o Imposto de Renda de quem está na ZPE para somente 25%. E nem tem outras vantagens fiscais dadas pelo estado e o município.

É tempo da Fiemt, junto com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, mais a direção da ZPE e, acrescentaria também, o MT Par trabalharem juntos numa maneira futura para se buscar fábricas para a ZPE.

Mostrar, como exemplo, para indústrias de sapatos ou tecidos, as vantagens fiscais, da facilidade da matéria prima e o aumento do percentual para vendas internas da ZPE. É hora da Fiemt puxar o carro dessa nova etapa da agroindústria.

 

Alfredo da Mota Menezes escreve nesta coluna semanalmente.

E-mail: pox@terra.com.br  

Site: www.alfredomenezes.com



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