• Cuiabá, 30 de Junho - 00:00:00

Coisas de Brasília

               Assuntos diferentes e até estranhos tem acontecido em Brasília nesses últimos dias. Querem alterar a delação premiada, como primeiro assunto. Parece até que a classe politica tem bronca desse assunto porque foi ele que desmascarou muito mal feito que vinha de Brasília.

               Entre outras alterações uma chamou atenção: quem estiver preso não pode fazer delação premiada. Parece até piada. Se a pessoa não estiver sob pressão por que ela iria fazer uma delação? Se não for por aí nunca ninguém vai entregar atos ou ações não republicanas.

                Também está na pauta do Congresso o perdão de partidos que descumpriram cotas para negros e mulheres em eleições. O que chama a atenção em proposta como essa é que foi o mesmo Congresso que votou a norma para punir o partido que não tivesse preenchido a cota de negros e mulheres. Passa um tempo e o Congresso diz que não era bem assim e a punição pelo equívoco deve ser perdoada.

                Outra mudança nesse assunto é a proposta para manter o sistema de cotas, mas que os partidos não são obrigados a preenchê-las. Por que aprovaram norma nessa direção? Não estudaram antes o tema e decidiram pela punição? Agora está tudo errado?

                Mais uma. Foi destinado 4.9 bilhões de reais para os partidos políticos para o fundo eleitoral. O dinheiro é dividido de acordo com o tamanho do número de deputados federais de cada partido.

                Esse fundo foi a alternativa encontrada pelo Congresso para tentar fugir do dinheiro para campanha que vinha de pessoas e empresas. E depois o eleito ficava devendo favor àquele que ajudou a financiar sua campanha. Criou-se o fundo para estancar isso.

              Mas, mesmo assim, ainda se tem muita candidatura e partido indo ao mercado buscar mais recursos, além do fundo partidário, para irrigar campanhas. Desequilibra a disputa. E, frente a essa realidade, não aparece norma ou proposta do Congresso para estancar ou alterar esse conluio entre interesses.

                Ainda da capital federal se teve a fala do Lula contra Campos Neto, presidente do Banco Central, de que ele tem lado politico e que fora a um encontro festivo em São Paulo promovido pelo governador Tarcísio de Freitas. Que presidente de Banco Central não pode ter lado político.

               O que o presidente quer mesmo é que o Banco Central abaixe a taxa de juros que está em mais de 10% ao ano. Acredita que, com isso, ajudaria a movimentar mais a economia. O Banco Central votou para manter a taxa e, interessantemente, até os membros do Copom indicados pelo governo votaram nessa direção. A decisão foi unânime. Calou o Lula.

                Tem um videio correndo por aí que mostra o presidente falando que Universidade não é para estudantes do ensino público e que ela é para os ricos. Descobriu-se depois que era uma montagem. Impressiona o trabalho feito no vídeo. E não era verdade.

               Perigo enorme devem ser os vídeos fakes que devem aparecer nessa eleição sobre candidaturas a prefeitos e vereadores. Podem até alterar resultados. 

 

Alfredo da Mota Menezes é professor, escritor e analista político.

E-mail: pox@terra.com.br



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