A data de hoje, dedicada à independência do Brasil, é muito oportuna pra uma série de reflexões. Estamos dentro dum barco descendo rápido em direção à cachoeira. Não parece possível frear a canoa e nem salvar a maioria dos tripulantes. Isso está ligado à degradação que se instalou ao longo do tempo, começando lá na Colônia e estendendo-se até agora. É muito tempo de construção de uma nação para o uso de poucos que secularmente a conduzem. Melhor: dão-se o nome de administradores.
Passados 195 anos ainda lutamos pra construir um projeto de nação. Quem estudou a História do Brasil, sabe que desde então houve muitas fases e muitas oportunidades de modernidade. Mas todas foram sabotadas. Propositalmente!
Neste começo de século 21 o mundo já encontrou os seus rumos na maioria dos países. Restam aqueles periféricos como o Brasil, na África, na Ásia e nas Américas. Cada um pelas suas razões, mas todos vítimas das suas lideranças das elites políticas e econômicas.
A independência repete-se todos os anos como uma data simbólica de libertação do domínio português em 7 de setembro de 1822. O Brasil saiu do domínio português e caiu no domínio das suas elites idiotas que construíram daí por diante um domínio hereditário para si e pros seus.
Em 2003 instalou-se no país o salve-se quem puder. Evoluiu muito. Degradou em 2015 e terminou uma fase do ciclo em 2016. Mas não acabou. O achado de malas de dinheiro da corrupção roubados da sociedade mostram a banalização de R$ 51 milhões assaltados por políticos dos partidos dominantes. Um choque! Nada mais. A sociedade foi pacientemente desmobilizada pelos políticos e pelos seus partidos pra um domínio construído com muita competência.
Nada ou quase nada vai acontecer. A próxima partida de um futebol medíocre qualquer ou uma telenovela idiotizada levará todo mundo pro sofá numa torcida insana e alienadora. Independência e liberdade onde? 195 anos e passaram...!
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
onofreribeiro@onofreribeiro.copm.br www.onofreribeiro.com.br
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