O economista e palestrante Ricardo Amorim falou na comemoração do Dia da Indústria, pela Fiemt, na última semana em Cuiabá. O tema básico foi a economia brasileira, a sua crise atual, e o futuro inevitável que virá em algum momento que o paíss puder oferecer confiança. Confiança é a esperança de ordem nessa travessia de absoluta loucura.
Para Ricardo Amorim, a crise não vai demorar mais do que o tempo que já existiu até agora. O desempenho do primeiro quadrimestre de 2017 com inflação e baixando, PIB crescendo e abrindo novos empregos, foi fruto da confiança na primeira reforma aprovada, a trabalhista, do cenário da reforma previdenciária. As gravações da JBS envolvendo o presidente Temer derrubaram a confiança e a economia reagiu mal.
Mas quando os sinais se animarem, o setor do agronegócio deverá alavancar a economia face aos cenários mundiais. Disse ainda que as cidades que mais cresceram no Brasil nos últimos anos são ligadas ao agronegócio. No novo momento da economia futura o agronegócio, pelo seu estágio de crescimento mesmo na crise, será o puxador dos demais setores da economia: comércio, indústria, agroindústria, serviços.
Aqui nosso artigo se volta para Mato Grosso onde o agronegócio puxa a economia geral. O mundo trabalha com cenários longos e neste momento a segurança alimentar preocupa países de imensas populações como a China e a India. A China com os seus 1 bilhão e 400 milhões de habitantes em crescimento, somada à India, que é uma forte economia emergente com população similar à da China, olham, o mundo em busca de alimentos. Mas aqui parece um fator novo. A nova economia brasileira precisará estar fundamentada em sistemas de privatizações em diversas áreas, em especial a da infraestrutura. Isso significará verdadeira invasão de recursos nessas áreas tanto nacionais quanto internacionais. O que se discute hoje em infraestrutura é coisa pra se resolver nos próximos 10 anos.
A população mundial deverá crescer dos atuais 7,1 milhões de habitantes para 9,23 milhões em 2050 e mais 200 milhões de hectares de terras cultivadas precisarão se incorporar à produção de alimentos. O Brasil pode entrar com grande parte e com intensivas tecnologias. Do Brasil se esperam 40% da demanda mundial de alimentos, recursos naturais, energias e fibras. Logo, parece muito claro que as cidades nas atuais e nas futuras áreas adaptáveis ao agronegócio tem futuro certo. Não virá só o agro. Virão a infraestrutura, asa agroindústrias, maior comercio e serviços.
Portanto, temos futuro. Só não temos planejamento adequado.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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